Em um movimento decisivo para a economia, o governo brasileiro, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está prestes a realizar um novo contingenciamento no orçamento para o próximo bimestre. Essa medida visa adaptar as despesas às receitas efetivamente disponíveis, tendo como meta principal o déficit zero em 2024. A decisão será oficialmente comunicada através do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias (RARDP), marcado para 22 de julho.
O anúncio foi antecipado por Fernando Haddad, ministro da Fazenda, enfatizando a necessidade de ajustar os gastos à realidade fiscal do país. Segundo estimativas, o contingenciamento deverá ficar entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões.
O processo de contingenciamento é uma prática comum em gestão fiscal responsável. No contexto atual, onde o Brasil enfrenta desafios econômicos significativos, controlar o orçamento é mais do que uma opção; é uma necessidade. Um dos principais objetivos dessa política é assegurar que o Brasil atinja a meta de déficit primário de zero em 2024, mesmo considerando uma margem de tolerância de 0,25% do PIB, permitindo um déficit de até R$ 28,8 bilhões.
Qual será o impacto das decisões sobre despesas obrigatórias?
Embora o foco esteja na redução da despesa, notadamente as consideradas obrigatórias, como previdenciárias e assistenciais, o governo busca maneiras de otimizar os gastos sem comprometer os serviços essenciais. Em recente declaração, o presidente autorizou um corte de R$ 25,9 bilhões nesses gastos, como parte das medidas para cumprir o Marco Fiscal no próximo ano. A ideia é realizar um pente-fino em benefícios sociais, o que pode gerar economia substancial.
Expectativas para a Arrecadação e Investimentos Futuros
Apesar dos cortes, a equipe econômica mantém uma perspectiva otimista quanto à arrecadação neste ano. A estratégia de “ganhar tempo” mencionada pela Warren Investimentos sugere que, por enquanto, o Governo pretende manter as projeções elevadas de receita. Isso se deve, principalmente, ao bom desempenho da arrecadação de janeiro a maio, que registrou alta superior a 9% em termos reais. Essa tendência positiva é um sinal de que, talvez, cortes mais profundos possam ser evitados.
- Novas Fontes de Receita: O governo também explora novas fontes de receita, como as outorgas para empresas de quota fixa, que deverão começar a contribuir para os cofres públicos a partir de 2025.
- Taxação de Compras Internacionais: Outra medida é a taxação de 20% sobre compras internacionais até US$ 50, prevista para iniciar em agosto de 2024. Esta medida poderia gerar aproximadamente R$ 1,3 bilhão no próximo ano.