Foto: Reprodução.
A cidade do Rio de Janeiro enfrentou neste último sábado, um episódio perturbador que ilustra o poder dos líderes criminosos sobre as comunidades. Diversas igrejas católicas anunciaram a suspensão temporária de suas atividades seguindo ordens do notório traficante conhecido como Peixão, líder no Complexo de Israel. Este evento levanta questões importantes sobre a segurança e a liberdade religiosa nas áreas dominadas pelo tráfico.
Os moradores da região ficaram surpresos quando homens armados visitaram as instituições religiosas para comunicar a ordem do chefão do tráfico. As paróquias afetadas, incluindo Santa Edwiges, Nossa Senhora da Conceição e São Justino, além de Santa Cecília, utilizaram as redes sociais para informar os cidadãos sobre o cancelamento das atividades planejadas, como a festa julina que ocorreria na Paróquia Santa Edwiges.
Traficante Peixão frequentando uma igreja — Foto: Reprodução.
Por que as atividades das igrejas foram suspensas?
O comunicado das igrejas não especificou os motivos exatos por trás desta decisão drástica, mas a influência de figuras criminosas como Peixão compromete não apenas a segurança pública, mas também a autonomia de instituições essenciais para a comunidade.
A atuação de Peixão e sua influência na região
Álvaro Malaquias Santa Rosa, mais conhecido como Peixão, é atualmente um dos criminosos mais procurados pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Acusado de liderar as operações de narcotráfico em áreas como Cidade Alta e Vigário Geral, o traficante também é conhecido por suas posturas que levam a atos de intolerância religiosa. Curiosamente, apesar de sua mãe ser umbandista, Peixão se converteu ao evangelismo, adotando uma nova fé que infelizmente não o afastou de ações criminosas.
Quando atividades essenciais como as realizadas pelas igrejas são abruptamente interrompidas, toda a comunidade sofre. Estas instituições muitas vezes oferecem além de serviços religiosos, apoio emocional e assistência social a grupos vulneráveis. A influência do tráfico, capaz de silenciar tais serviços, é um sinal alarmante da necessidade de medidas eficazes de segurança e investimento social nas áreas afetadas.
Resposta das autoridades
Nota da Secretaria de Segurança Pública do RJ:
“A Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro esclarece que as paróquias Santa Edwiges e Santa Cecília, em Brás de Pina, na Zona Norte da capital, estão abertas e com a segurança reforçada pela Polícia Militar. É importante ressaltar que não houve intimidação ou qualquer tipo de comando de traficantes para fechar as igrejas e que essa informação surgiu de boatos em redes sociais.
As forças policiais do Estado vêm realizando operações na região para retirada de barricadas e para aumentar a segurança da população, rotineiramente, há pelo menos dois meses. O blindado da Polícia Militar está baseado na localidade para evitar a retomada da instabilidade na região, garantindo o funcionamento das paróquias e a segurança dos moradores.”