Foto: Reprodução/22/05/2024 REUTERS/Guglielmo Mangiapane.
Durante uma visita recente a Trieste, localizada no nordeste da Itália, o Papa Francisco fez observações contundentes sobre o estado atual da democracia no mundo. Sua visita faz parte de uma série de viagens dentro do país que precedem uma importante jornada pela Ásia. O líder católico, cujo papado tem sido marcado por uma abordagem humilde e direta, deu início ao seu discurso numa convenção de assuntos sociais católicos.
Em seu discurso, o Papa apontou uma crescente exclusão social influenciada pela pobreza e fragilidade de certos grupos, enfatizando que a “democracia não goza de boa saúde”. Uma de suas principais mensagens foi a necessidade de evitar soluções superficiais e populismos que, de acordo com ele, somente deterioram o tecido social e político das nações.
Sugestão do Papa para revitalizar a democracia
Francisco convidou a todos, especialmente políticos e líderes, a retornarem ao diálogo sério e construtivo, afastando-se das “escórias da ideologia”. De acordo com ele, somente um compromisso genuíno com o bem comum poderá reverter o cenário de apatia dos eleitores e corrupção, elementos que, para ele, atualmente corroem as democracias pelo mundo.
A importância do ensino dos valores democráticos nas escolas
Outro ponto chave abordado pela liderança católica foi a educação. Francisco destacou a importância imprescindível de ensinar às crianças os valores que sustentam um sistema democrático saudável. Ele advertiu que a indiferença é como um câncer para a democracia, corroendo suas bases a partir do desinteresse e desengajamento cívico.
Embora o número de eleitores que realmente participam de eleições esteja diminuindo, o Papa questiona o motivo dessa falta de participação e mostra-se preocupado com o futuro político e social. Segundo ele, revitalizar a participação cívica é crucial para o futuro da democracia.
Preparativos para uma extensa viagem pela Ásima
No aspecto pessoal, apesar dos desafios de saúde enfrentados recentemente que incluíram longos períodos de doenças, o Papa Francisco mostrou-se resiliente e preparado para sua viagem mais extensa, que abrangerá países como Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor-Leste e Singapura, somando mais de 32.000 km de percurso. Este itinerário não só testará sua resistência física como também promoverá suas mensagens sobre justiça social e política em uma escala global.
Assim, a exortação do Papa em Trieste não é apenas um chamado para a ação imediata, mas também um pré-requisito para uma discussão mais profunda sobre como reinventar práticas políticas para que sejam mais inclusivas e representativas, tendo sempre como foco o bem-estar comum. Com essas viagens e discursos, Francisco continua a ser uma voz vital para questões que afetam não apenas os católicos, mas toda a humanidade.