A descoberta de uma traição cometida pelo pastor com uma “irmã” de uma igreja evangélica tradicional no Distrito Federal causou um racha entre os fiéis e as lideranças do templo. Revoltados com a situação, os membros expuseram nas redes sociais o “pecado” cometido pelo religioso. As informações são do Metrópoles.
Os envolvidos no adultério são membros da Assembleia de Deus de Brasília (Adeb), que possui 29 unidades espalhadas pela capital do país. Em todo o Brasil, existem 450 congregações.
Segundo a apuração do Metrópoles, o pastor adúltero é Manoel Pereira Xavier, de 51 anos, atual coordenador do Setor 2 da igreja, localizado em Ceilândia Sul. Ele teria se envolvido com a esposa de um fiel da igreja e foi flagrado com a “irmã” enquanto saíam de um motel em Ceilândia.
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Em 2018, Manoel tentou seguir os passos de outro irmão, o ex-deputado distrital Carlos Pereira Xavier, de 62 anos, que foi preso acusado de encomendar a morte de um adolescente de 16 anos por suspeita de traição. Na época, Manoel se candidatou ao cargo de deputado federal, mas não foi eleito.
A igreja, comandada pela família Pereira Xavier e conhecida por sua tradição e doutrina rígida, se tornou o centro de um escândalo quando veio à tona, no início de junho, a acusação de traição contra o pastor, que é casado há mais de 30 anos.
De acordo com os fiéis, devido à ligação familiar, as lideranças da Adeb tentaram encobrir o adultério de Manoel. Um dos irmãos dele, o pastor Orcival Pereira Xavier, de 68 anos, é o presidente da Adeb.
Um perfil criado no Instagram, chamado “Adeb Notícias”, expôs a traição. Um homem, desconfiado das frequentes visitas de Manoel à casa da ex-esposa, procurou outro pastor da igreja para relatar a suspeita de traição em abril. Esse pastor contratou um detetive para investigar os fatos.
“Talarico” é um termo popular brasileiro usado para se referir a uma pessoa que trai ou se envolve com alguém compromissado, sendo sinônimo de traidor.
Para surpresa de todos, a suspeita foi confirmada pelo detetive, que monitorou o pastor adúltero com um rastreador e descobriu que ele frequentava um motel em Ceilândia na companhia da “irmã” da igreja.
Em certo dia, o rastreador indicou que o carro de Manoel estava no estabelecimento. Alguns membros decidiram verificar se realmente se tratava do pastor, mas ele fugiu quando o grupo tentou abordá-lo.
A diretoria da igreja convocou reuniões com pastores próximos para tentar convencê-los de que se tratava de “um levante do inimigo e calúnias de pessoas inescrupulosas querendo derrubar” o outro pastor.
“Que os fatos sejam apurados e que, caso seja verdade, o pastor possa ser recuperado, passando pela disciplina e voltando a ser exemplo para os fiéis”, escreveu o perfil de notícias.
Muitos membros ficaram decepcionados e deixaram a assembleia após tomarem conhecimento do caso e verem as provas da traição do pastor.
Por fim, a página de notícias da assembleia divulgou que, na última terça-feira (26/6), houve uma reunião entre pastores coordenadores de alguns setores para discutir o adultério do pastor Manoel. No entanto, na ocasião, foi dito que o ministro que tinha as provas da traição teria sido ameaçado a não levar o caso adiante.
“Diante das acusações de supostas ameaças, o mínimo que se esperava era a criação de uma comissão isenta, para apurar fatos, buscar ouvir todos os envolvidos, mesmo diante da recusa do causante em levar o caso adiante, buscar entender os fatos que o levaram tomar essa decisão, pois o dano maior já está estabelecido e toda a instituição está em descrédito”, postou o perfil.
Além disso, a reportagem teve acesso ao regimento interno da Convenção dos Ministros Evangélicos das Assembleias de Deus de Brasília e Goiás (Comadebg) que dispõe sobre a aplicação de penalidades nos casos e na forma previstos na Bíblia Sagrada.
“Aplicam-se aos membros as sanções de advertência, suspensão, perda de cargo, mandato ou função e exclusão, nos casos e na forma previstos na Bíblia Sagrada, neste estatuto e no regimento interno da Comadebg. Os casos não solucionados pela Comadebg deverão ser encaminhados à Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil”, define o documento.
Com informações de Metrópoles