Presidente critica empresas que erraram previsões: ‘Espero que não dobrem a aposta no segundo turno’
Um dia após o Ministério da Justiça e Segurança Pública ter determinado que a Polícia Federal investigue institutos que fazem pesquisas de intenção de voto, o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, criticou as empresas por terem errado as previsões para o primeiro turno e disse que elas tentaram interferir na democracia.
“Esses institutos estão trabalhando, na verdade, para quem os contrata, e não para fazer pesquisas sérias. A intenção era interferir na democracia. Falam tanto de atos antidemocráticos. Isso sim é um ato antidemocrático. Esses números abusivos desses institutos quase decidiram a eleição presidencial no primeiro turno, o que seria um desastre para o Brasil. Espero que os institutos de pesquisa não dobrem a aposta por ocasião do segundo turno”, afirmou o presidente em uma coletiva no Palácio da Alvorada.
As amostras das principais empresas do país que fazem levantamento sobre a preferência do eleitorado davam menos de 40% dos votos para o presidente Jair Bolsonaro (PL) e apontaram a possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhar sem a necessidade de segundo turno, o que não aconteceu.
Para que o Ministério da Justiça e Segurança Pública comunicasse a PF da necessidade de investigação, seria preciso uma representação por parte de alguém que se sentisse prejudicado. No caso dos institutos de pesquisa, a comunicação de crime foi protocolada pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
Bolsonaro defendeu a abertura do inquérito. “A gente tem que ver quem está pagando aquela pesquisa, o interesse em pagar aquela pesquisa. Lembro que, no passado, muitos eleitores diziam que não iam votar em um candidato porque ele ia perder. E alguns ainda votam dessa maneira no Brasil. Muitos votaram em quem estava na frente para não ter segundo turno, para botar um ponto final nas eleições, para não perder mais um domingo. Lamentamos isso.”
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, afirmou que a investigação da Polícia Federal vai esclarecer todas as dúvidas que pairam sobre os institutos de pesquisa.
“[Tivemos] números muito discrepantes da realidade, do que se teve nas urnas. Existem crimes que podem estar por trás disso, e nada melhor do que um inquérito na Polícia Federal para poder esclarecer tudo isso, para que a população brasileira possa exercer seu direito, para que as pesquisas não possam ficar direcionando votos”, destacou.