O partido Renascimento, de centro, liderado pelo presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou que irá retirar do segundo turno das eleições para a Assembleia Nacional todos os candidatos que ficarem em terceiro lugar no primeiro turno, realizado neste domingo (30 de junho de 2024).
A decisão foi tomada para tentar derrotar o Reagrupamento Nacional, partido de direita de Marine Le Pen, que, segundo projeções, deve obter 34% dos votos. A Nova Frente Popular, de esquerda, deve ficar em segundo lugar, com 29%, enquanto a coligação de Macron deve alcançar entre 20,5% e 23% dos votos.
Em comunicado, o Renascimento, que lidera a coligação Juntos!, declarou que os partidos não podem “deixar as chaves do país para a direita” e que o Reagrupamento Nacional representa “uma ameaça inaceitável”.
Jean-Luc Mélenchon, líder da coligação de esquerda, também orientou os candidatos que ficaram em terceiro lugar a retirarem suas candidaturas no segundo turno. “Nem um voto, nem mais uma cadeira para o RN”, afirmou, segundo o jornal Le Monde.
A secretária de Estado e da Cidade, Sabrina Agresti-Roubache, foi a primeira integrante do governo a anunciar sua desistência do pleito, após ficar em terceiro lugar em Marselha. “Uma derrota acontece; desonra, nunca”, disse, pedindo “nem um voto para o candidato de direita”, conforme relatado pelo jornal francês.
Entenda
O segundo turno das eleições será realizado no próximo domingo (7 de julho).
Para ser eleito no primeiro turno, um candidato deve obter a maioria absoluta dos votos e mais de 25% do apoio dos eleitores inscritos. Caso nenhum candidato alcance esses requisitos, um segundo turno é realizado, qualificando-se para participar todos os candidatos que obtiveram mais de 12,5% dos votos dos eleitores inscritos.
Contudo, se 60% ou mais dos eleitores votarem no primeiro turno, o limiar para participar do segundo turno sobe para 21% dos votos.
Macron dissolve Parlamento
A dissolução do Parlamento por Macron foi anunciada em 9 de junho, após seu partido, o Renascimento, ter sido derrotado pelo partido de Le Pen nas eleições para o Parlamento Europeu. Segundo Macron, a medida era necessária para permitir que a população francesa escolhesse seus governantes.
Os cidadãos franceses votam em seus representantes na Assembleia Nacional a partir de seus respectivos círculos eleitorais distribuídos pelo país. São 577 zonas, cada uma com um assento na Assembleia.