O presidente Lula (PT) decidiu não assinar o contrato relacionado à obra de expansão do metrô de São Paulo devido à ausência do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do prefeito Ricardo Nunes (MDB) no evento marcado para hoje, conforme informações do UOL.
O evento, realizado no Jardim Ângela, zona Sul de São Paulo, ganhou contornos políticos significativos, visto que o governador apoia a tentativa de reeleição de Nunes, enquanto Lula é aliado de Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato à prefeitura. Na semana passada, Tarcísio e Nunes já haviam lançado a obra em um evento próprio, onde o governador assinou o contrato com o Grupo CCR.
Durante o evento adiado, Lula expressou sua frustração: “A gente aqui hoje ia assinar o contrato da estação do metrô para chegar até aqui. Mas o prefeito, que nos deu o terreno, não veio, e o governador. A Caixa Econômica Federal e o ministro das Cidades resolveram não assinar porque é importante fazer isso junto com o governador e o prefeito.”
Enquanto o governo de São Paulo argumenta que a obra é estadual e não depende de recursos federais para sua execução, a Secretaria de Parcerias e Investimentos do Estado informou que solicitou um empréstimo de R$ 1,7 bilhão ao governo federal via PAC para financiar a extensão da linha 5 do metrô até o Jardim Ângela, embora o valor ainda não tenha sido liberado.
Lula sugeriu que a ausência de Tarcísio e Nunes pode ser motivada por questões políticas: “Quando a gente quer fazer investimento, a gente não se preocupa de que partido é o governador. A gente se preocupa se o povo daquele estado, daquela cidade precisa das coisas que a gente faça.”
Em resposta, Tarcísio criticou Lula, afirmando que o governo federal demonstra desconhecimento sobre a obra no Jardim Ângela e está “perdido”. O governador justificou sua ausência alegando estar em um “roadshow na Europa” e só retornará ao Brasil na próxima quarta-feira, dia 3 de julho. Já o prefeito Nunes não comentou diretamente as declarações de Lula.
O evento também foi palco de críticas de Guilherme Boulos ao ato anterior de Tarcísio e Nunes, onde o pré-candidato do PSOL acusou os políticos de inaugurarem obras com créditos federais.