O ano de 2024 promete mudanças significativas no cenário automotivo brasileiro, com um aumento previsto nos preços dos automóveis de passeio. Segundo informações levantadas por Milad Kalume Neto, consultor especializado do setor, durante o Seminário AutoData Revisão das Perspectivas, a expectativa é que o preço médio desses veículos alcance impressionantes R$ 152,5 mil. Esse valor representa um crescimento de 8,5% comparado ao ano anterior, que registrou uma média de R$ 140,6 mil.
A escalada nos preços não é um fenômeno recente, tendo sido notada de forma consistente desde 2017, com um pico notável em 2021 quando os preços saltaram 29,8%, atingindo R$ 112,1 mil. Esse aumento tem sido impulsionado por diversos fatores, entre eles a implementação de tecnologias avançadas de segurança e conectividade. Essas inovações, no entanto, coincidem com um momento de crise amplificada pela pandemia, refletindo-se em desafios como alta taxa de desemprego, restrições de crédito e elevação dos juros.
Preços em alta: o que esperar para 2024?
- Aumento médio de 8,5%: O preço médio dos carros de passeio no Brasil deve chegar a R$ 152,5 mil em 2024, um aumento de 8,5% em relação a 2023.
- Tendência em alta desde 2017: O aumento dos preços é constante desde 2017, com um pico de 29,8% em 2021.
- Fatores que impulsionam o aumento: Implementação de novas tecnologias, crise econômica, alta taxa de desemprego, restrições de crédito e elevação dos juros.
Qual o impacto das vendas diretas no mercado de automóveis?
No evento, Kalume Neto ressaltou que as vendas diretas hoje representam cerca de 50% do total das vendas das montadoras, um salto significativo se comparado a 15 anos atrás, quando apenas 20% das vendas eram realizadas nessa modalidade. Essa mudança de paradigma foi influenciada fortemente pelo setor de locadoras de veículos, que absorve grande parte dessas vendas diretas. “Não fosse essa demanda, o mercado seria de apenas 1,2 milhão de unidades”, destacou o consultor.
Quais as novas tendências de assinatura de veículos?
Uma tendência que ganha força no mercado é o sistema de assinatura de veículos, adotado agora por praticamente todas as fabricantes. Esse modelo é uma resposta direta à demanda crescente e demonstra um claro movimento do mercado automotivo em direção a soluções mais flexíveis e adaptáveis aos novos comportamentos do consumidor. “Nos últimos meses, as vendas diretas chegaram a 55% dos emplacamentos”, apontou Milad Kalume Neto. Ele prevê uma continuação dessa tendência, embora não acredite que alcançará os 70% observados nos Estados Unidos.
Assinatura de veículos: a nova preferência do consumidor?
- Tendência em crescimento: A assinatura de veículos é cada vez mais popular, respondendo à demanda por soluções flexíveis e adaptáveis.
- Montadoras aderem ao modelo: Praticamente todas as fabricantes de carros já oferecem planos de assinatura.
- Vendas diretas impulsionadas pela assinatura: “Nos últimos meses, as vendas diretas chegaram a 55% dos emplacamentos”, diz Kalume Neto.
- Tendência deve continuar, mas não deve alcançar os níveis dos EUA: O especialista prevê que a assinatura não chegue aos 70% do mercado, como nos Estados Unidos.
O que é o Programa Mover?
O Programa Mover, focado em Mobilidade Verde e Inovação, também tem desempenhado um papel crucial em revigorar o mercado automotivo. Ao proporcionar incentivos para investimentos que promovem a descarbonização e a adoção de novas tecnologias, esse programa está não apenas impulsionando a indústria automotiva, mas também garantindo sua sustentabilidade a longo prazo. “Há pouco tempo, se pensarmos que a indústria brasileira não estava sendo capaz de produzir veículos elétricos, e que a indústria chinesa queria se construir sobre essa matriz, estaríamos fadados a desaparecer. Mas o Mover veio mudar esta realidade”, finalizou Kalume Neto.