Samira Monti Bacha Rodrigues, empresária e socialite mineira, foi presa sob acusação de lavagem de dinheiro e envolvimento em fraudes em três empresas. Ela convertia os recursos ilícitos em itens de luxo, como joias, relógios e bolsas.
De acordo com o delegado Alex Machado, da delegacia especializada no combate a crimes tributários, Samira cooptava funcionários de uma empresa de cartões de benefícios e os instruía a maquiar planilhas. Posteriormente, ela passou a atuar em outra companhia do mesmo grupo, especializada em crédito para a classe médica, com valores mais elevados.
O esquema envolvia fraudar cartões médicos, aumentando seus limites e cooptando novas pessoas. Samira descobriu que poderia pegar o valor dos cartões, descarregá-los e procurar agiotas que passassem o cartão, cobrando uma taxa e devolvendo uma parte. Ela chegou a torrar R$ 500 mil por mês dessa forma, apagando a dívida do sistema.
Em seguida, Samira migrou para uma terceira empresa do grupo, focada na antecipação de recebíveis. Ela simulava operações para liberar grandes valores diretamente em sua conta bancária. Por sorte, um funcionário descobriu o esquema antes que ela pudesse desaparecer com os recursos.
A empresária também se aliou a uma joalheria em Nova Lima para vender as joias adquiridas no exterior. Durante as buscas, a polícia constatou que a proprietária da joalheria não tinha comprovação da origem dos materiais, que foram apreendidos e colocados à disposição da Justiça.
Após ser denunciada pelos sócios, Samira chegou a devolver parte do dinheiro, mas posteriormente negou os desvios e ocultou o restante. A polícia apreendeu cerca de R$ 15 milhões em bens, incluindo dezenas de bolsas de grife, relógios famosos e um carro avaliado em R$ 600 mil. O irmão da socialite, Leonardo Monti Bacha, também foi preso.
Samira Monti Bacha Rodrigues faz parte do quadro societário de várias empresas na Região Metropolitana. Ela iniciou as fraudes em 2020, após se tornar dona de uma administradora de cartões de benefícios. Sua estratégia envolvia aumentar o crédito nos cartões, gastá-los e apagar as dívidas do sistema.
Algumas das bolsas e joias apreendidas no apartamento de Samira Bacha — Foto: Reprodução/TV Globo
Na Receita Federal, Samira é registrada como sócia de quatro empresas de soluções financeiras e investimentos, além de uma consultoria e uma joalheria. Durante o período das fraudes, ela frequentava a alta sociedade de Belo Horizonte e realizava viagens internacionais para comprar artigos de luxo, gastando US$ 148 mil em joias em Dubai.
Seu apartamento, avaliado em R$ 6 milhões, foi o local da prisão. Dezenas de itens de luxo foram encontrados, totalizando um valor estimado de R$ 15 milhões.
Material apreendido pela Polícia Civil de MG durante operação Dubai — Foto: Carlos Eduardo Alvim/TV Globo