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Na tarde desta terça-feira (25), o jornalista Daniel Nascimento, do jornal “O Dia”, divulgou com exclusividade um áudio no qual uma ex-funcionária da cantora Gal Costa reclamava das condições de trabalho. Em uma conversa com Wilma Petrillo, viúva da artista, a mulher identificada como “Lu” falava sobre o excesso de trabalho, fome, falta de pagamento de salário e vale-transporte, além de assédio moral.
O desabafo da ex-funcionária começou após um desentendimento por causa de uma máquina de lavar que não estava funcionando corretamente. Segundo “Lu”, a ex-cunhada de Gal Costa a repreendeu de forma inadequada. “É falta de respeito a Cristininha ficar gritando na rua enquanto eu estava varrendo a calçada”, disse ela, incomodada. Ela também mencionou que a situação ocorreu à noite e foi presenciada pelos vizinhos.
A ex-funcionária repetiu várias vezes que estava realizando suas tarefas na casa de Gal Costa e Wilma Petrillo normalmente, apesar de não receber salário. “Eu não sou empregada dela [Cristininha], ela não me paga, ninguém me paga o meu salário aí. Estou aí [trabalhando] porque gosto de vocês”, afirmou. “Se você reclamou de mim, tem que me pagar. Trabalhar sem receber e sem comer não é justo”, queixou-se.
“Lu” expressou sua indignação com o fato de a irmã de Wilma Petrillo ter gritado com ela durante o serviço. “Ainda bateu a porta na nossa cara, a Cristininha. Isso é muito feio. Todo mundo olhando. Muito feio isso… Nós [ela e o marido] fomos para trabalhar. Não posso ser gritada ou humilhada por ninguém”, enfatizou. A doméstica contou que chegou à casa do casal pouco antes das 7h da manhã e trabalhou o dia todo sem comer. “Cheguei aqui fazendo tudo, nem comi nada, nem um copo de água eu bebi”, disse.
Segundo a ex-funcionária, a cantora ligou para ela durante a madrugada para reclamar de um serviço que não foi concluído por causa da máquina de lavar. “[Lavei], só não sequei porque a máquina dela está ruim, eu não tenho culpa”, explicou. “Ela ligou para mim às 5h da manhã, a Gal Costa brigando”, relatou. Em outro trecho, “Lu” afirmou que a jornada de trabalho deveria ser reduzida, pois estava começando a ficar doente. “Eu não fui hoje porque não aguentava mais. Trabalhei mais de 12 horas na sua casa, dois horários e você ainda reclama de mim. Você não encontra nenhuma empregada que faz dois horários na sua casa. Fiquei dois horários sem comer nada, cheguei em casa ruim, sem conseguir levantar”, contou.
Em outro momento, a ex-funcionária voltou a falar sobre a falta de pagamento. “Para ter moral de reclamar, precisa pagar a pessoa em dia, pagar meu dinheiro. Eu já trabalhei e não estou recebendo. Estou quieta, não estou brigando com vocês, mas vocês estão brigando comigo. Vocês me devem, eu não devo nada para vocês. Vocês têm que pagar o que me devem para depois reclamar de mim”, disse ela.
Processo contra a viúva de Gal Costa
De acordo com o colunista Daniel Nascimento, um casal de ex-funcionários da cantora está acusando o espólio de Gal Costa de negligenciar seus salários. Na ação movida contra Wilma Petrillo, os ex-colaboradores pedem cerca de R$ 1 milhão em direitos trabalhistas. A defesa deles alega que a mulher trabalhou na residência por cerca de 5 anos, enquanto o marido atuou no mesmo lugar por 3.