Julian Assange, fundador do WikiLeaks, foi libertado da prisão no Reino Unido nesta segunda-feira (24) após chegar a um acordo com a Justiça dos Estados Unidos. Ele concordou em se declarar culpado de acusações de espionagem.
Assange deixou a prisão de segurança máxima Belmarsh, em Londres, pela manhã e, às 13h (horário de Brasília), embarcou em um avião para deixar o Reino Unido. A notícia de sua soltura foi divulgada na noite do mesmo dia, quando os documentos judiciais americanos foram tornados públicos.
Como parte do acordo, Assange se declarará culpado nesta semana por violar a lei de espionagem dos EUA. Ele enfrentará uma acusação criminal de conspiração para obter e divulgar documentos classificados de defesa nacional dos EUA em uma audiência nas Ilhas Marianas do Norte, marcada para terça-feira às 20h (horário de Brasília).
Julian Assange boards flight at London Stansted Airport at 5PM (BST) Monday June 24th. This is for everyone who worked for his freedom: thank you.#FreedJulianAssange pic.twitter.com/Pqp5pBAhSQ
— WikiLeaks (@wikileaks) June 25, 2024
Após a declaração de culpa e a audiência, espera-se que Assange seja oficialmente liberado e retorne à Austrália, seu país de origem.
Os EUA buscavam julgar Assange por vazar 700 mil documentos confidenciais desde 2010, abrangendo atividades militares e diplomáticas americanas, especialmente no Iraque e Afeganistão. Caso fosse extraditado para os EUA, ele poderia enfrentar até 175 anos de prisão.
Em 2010, o WikiLeaks divulgou centenas de milhares de documentos militares classificados dos EUA, incluindo informações sobre as guerras no Afeganistão e no Iraque, bem como mensagens diplomáticas. O vazamento incluiu um vídeo de 2007 mostrando um helicóptero Apache dos EUA atirando em supostos insurgentes no Iraque, resultando na morte de uma dúzia de pessoas, incluindo dois funcionários da Reuters.
Assange também foi indiciado por liberar em massa documentos secretos dos EUA pelo WikiLeaks, vazados por Chelsea Manning, uma ex-analista de inteligência militar dos EUA. O vazamento expôs abusos cometidos por autoridades dos EUA e outros países, colocando em risco a identidade de pessoas que cooperavam com os militares no Oriente Médio.
Em 2019, o Departamento de Justiça dos EUA descreveu os vazamentos do WikiLeaks como “um dos maiores vazamentos de informações confidenciais na história dos Estados Unidos”. Agora, com a reviravolta no processo de extradição, o destino de Assange será decidido nesta semana.
No início de 2022, os EUA chegaram a ter um novo pedido de extradição negado pela justiça do Reino Unido que alegou existir um risco de Assange cometer suicídio.
Com informações de G1