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A enfermeira Gabriely Sabino, que estava desaparecida há uma semana, entrou em contato com a família e foi encontrada na sexta-feira (21), conforme informações de sua mãe, Cristiane Sabino.
“Na medida do possível, ela está bem, embora psicologicamente bastante abalada, com indícios de depressão. Mas, graças a Deus, ela está viva e fisicamente bem”, disse Cristiane.
Segundo a mãe, Gabriely ainda não conseguiu “se abrir direito”. Ela pretende prestar esclarecimentos à polícia na segunda-feira (24). A família não deu detalhes sobre como e onde ela foi encontrada.
A jovem havia desaparecido há cerca de uma semana após deixar a casa dos pais em Piracicaba, interior de São Paulo. Gabriely, que também trabalhava como motorista de aplicativo, deixou o carro em um estacionamento e teria tomado um ônibus com destino ao Terminal Tietê, na capital. A família temia um desfecho violento.
“Estamos muito aliviados. Foram dias de pesadelo”, afirmou a mãe.
À polícia, o pai da jovem, Luís Sabino, disse que a filha estaria conversando com um desconhecido pelo celular. Após o desaparecimento, a família descobriu que ela tinha dívidas que podem chegar a R$ 20 mil, parte delas obtidas por empréstimo de dois amigos da família.
Gabriely teria contraído dívidas devido ao vício no “jogo do tigrinho”, um caça-níquel virtual onde os jogadores apostam dinheiro para alinhar três figuras iguais em três fileiras, ganhando prêmios financeiros.
Cristiane relatou que, após o sumiço da filha, várias pessoas mencionaram que a viram jogando o “jogo do tigrinho” de forma insistente. A mãe acredita que isso pode ter contribuído para o endividamento.
Como a jovem não tinha gastos fixos, pois os pais mantinham a casa, eles acreditam que ela estava sendo extorquida e recorreu a agiotas para obter dinheiro. Segundo a mãe, Gabriely tinha seu próprio dinheiro e não precisaria recorrer a empréstimos.
Apesar de trabalhar e nunca ter relatado problemas financeiros, nas semanas anteriores ao desaparecimento, Gabriely pediu dinheiro emprestado a pessoas conhecidas da família.
Imagens de câmeras de segurança mostram Gabriely deixando o carro em um estacionamento, saindo com uma bolsa e uma sacola, e se dirigindo ao terminal rodoviário de Piracicaba. Moradora do Parque Orlanda I, Gabriely é solteira e não tem filhos.
Segundo a mãe, a família desconhecia o vício no jogo. “A gente não sabia que ela tinha essas dívidas. Fomos procurar entender e descobrimos que ela estava viciada no jogo do tigrinho e devendo para muitas pessoas, inclusive agiotas. Por isso ficou com medo e fugiu. Ela sempre foi uma menina trabalhadora, nunca dependeu de ninguém, até surgir esse problema do vício.”