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Falando no Charlie Rose Show, o investidor veterano Warren Buffett disse ao seu amigo Bill Gates: “A diferença entre pessoas bem-sucedidas e pessoas realmente bem-sucedidas é que as pessoas realmente bem-sucedidas dizem não a quase tudo.” Ambos estão entre as 10 pessoas mais ricas do mundo, segundo a Forbes. As informações são do IGN.
Esse comentário fez o fundador da Microsoft refletir e se tornar mais consciente sobre o controle do seu tempo: “O fato de ele ser tão cuidadoso com o tempo, tem dias que não tem nada [na sua agenda]… sentar e pensar pode ser uma prioridade muito maior. Não é um indicador da sua seriedade o fato de você ter ocupado cada minuto da sua agenda, isso apenas o mantém ocupado.”
A vontade de manter a agenda cheia de atividades sacrifica um grande perdedor: o tempo livre que todos precisamos para nos dedicar ao que realmente gostamos de fazer. O lazer pessoal é essencial para uma vida feliz.
Tempo livre para ser feliz
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Pensilvânia e da Universidade da Califórnia descobriu quanto tempo livre realmente precisamos para apreciar os efeitos psicológicos positivos e melhorar os níveis de felicidade. “Descobrimos que a falta de horas discricionárias durante o dia resulta em maior estresse e menor bem-estar subjetivo”, comentam os autores do estudo.
Os pesquisadores entrevistaram mais de 21.700 americanos que participaram da American Time Use Survey entre 2012 e 2013, detalhando cronologicamente o que fizeram durante as últimas 24 horas. A partir dos resultados obtidos, determinaram a relação entre o tempo livre e o nível de felicidade dos participantes.
A conclusão do estudo foi que o ideal é que as pessoas desfrutem de duas a três horas livres por dia, tempo suficiente para desconectar do trabalho e conectar-se com a satisfação pessoal. Segundo os pesquisadores, esse período é longo o bastante para permitir uma mudança no estado mental, mas não tanto a ponto de gerar sentimentos de culpa ou sobrecarga pela falta de produtividade.
As atividades consideradas tempo livre incluíram aquelas sem qualquer tipo de produtividade, como sentar e não fazer nada. Atividades como cozinhar ou praticar esportes regulares, por mais agradáveis e voluntárias que sejam, foram excluídas, pois são produtivas em suas formas.
Muito tempo livre causa infelicidade
No entanto, o estudo também revelou que muito tempo livre pode ter efeitos negativos no humor e na felicidade das pessoas. “A maioria das pessoas tem muito pouco tempo livre, mas muito tempo livre nem sempre é melhor”, concluiu Marissa A. Sharif, principal autora do estudo.
Os pesquisadores também utilizaram dados de 13.500 funcionários americanos que participaram no Estudo Nacional sobre a Mudança da Força de Trabalho entre 1992 e 2008. Isso permitiu expandir a base de casos, confirmando que uma maior quantidade de tempo livre estava associada a um maior sentimento de bem-estar.
Porém, uma vez ultrapassadas as três horas de tempo livre, a curva de felicidade estagnou e não evoluiu no mesmo ritmo do aumento do tempo livre. Aquelas pessoas que desfrutavam de mais de cinco horas de tempo livre por dia (excluindo a prática de esportes ou tarefas domésticas) sentiam que não aproveitavam seu tempo para fazer coisas úteis, como limpar a casa ou fazer compras, o que gerou um sentimento de insatisfação.
Portanto, para melhorar os níveis de felicidade e satisfação, o mais adequado é reservar entre duas e três horas com dedicação exclusiva para fazer o que mais gosta ou simplesmente para relaxar e não fazer nada.