O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, está tentando dissuadir o empresário Pablo Marçal (PRTB) de concorrer à Prefeitura de São Paulo, indicando que o partido poderia apoiá-lo em uma eventual candidatura ao Senado em 2026.
Segundo informações da Folha de SP, Valdemar mencionou essa conversa durante uma reunião de trabalho com deputados e prefeitos da legenda no último sábado (15), na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Segundo relato de Valdemar aos membros do partido, ele informou ao empresário que a sigla já havia se comprometido com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) na disputa pela reeleição na cidade de São Paulo e que era prematuro para o empresário lançar-se como candidato à prefeitura.
Valdemar sugeriu que seria mais adequado construir uma candidatura ao Senado para 2026, com a possibilidade de apoio do PL, que tem ligações com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Marçal chegou a se lançar como pré-candidato à Presidência em 2022.
Em 2026, haverá duas vagas abertas no Senado para cada estado e o Distrito Federal. Em São Paulo, uma dessas vagas deverá ser disputada pelo PL, possivelmente com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL).
A outra vaga ainda está em discussão. Membros do partido consideram a possibilidade de o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que está em negociações para ingressar na sigla, indicar seu secretário de Segurança, o deputado federal Guilherme Derrite (PL).
O deputado federal Ricardo Salles (PL), cuja pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo foi preterida pelo partido em favor de Nunes, também está na disputa interna.
Aliados do prefeito, incluindo Tarcísio, estão preocupados com o crescimento de Marçal, que obteve entre 7% e 9% nas pesquisas do Datafolha em diferentes cenários. Apesar do apoio do ex-presidente Bolsonaro à candidatura de Nunes, Marçal conta com a simpatia de deputados bolsonaristas.
O governador já afirmou a aliados que é necessário conter o avanço do empresário e chegou a declarar publicamente que o prefeito deveria anunciar rapidamente sua escolha para o cargo de vice.
Tarcísio passou a defender que Nunes indique prontamente o ex-comandante da Rota, Ricardo Mello Araújo (PL), nome indicado por Bolsonaro, para garantir a permanência do ex-presidente na aliança.
Nunes participou da reunião do PL no último sábado. Ele brincou com a deputada estadual Dani Alonso (PL), pedindo que ela “parasse de graça”. Dani é amiga de longa data de Marçal, que a apoiou em sua campanha em 2022 e chegou a organizar uma reunião entre ele e deputados do partido na Assembleia Legislativa.
Embora o encontro tenha sido oficialmente cancelado após Nunes aceitar o vice indicado por Bolsonaro para sua chapa, Marçal visitou a Assembleia nesta terça-feira (18) e participou de uma conversa no gabinete de Dani Alonso, com a presença de deputados bolsonaristas, do deputado Leo Siqueira (Novo) e do deputado Rafael Saraiva (União Brasil).
Parlamentares alinhados a Bolsonaro afirmam que respeitam o apoio de Nunes e o seguirão, mas veem semelhanças de pautas com Marçal e destacam que o prefeito não compartilha valores ideológicos importantes para o bolsonarismo.
Com informações da Folha de SP