Durante a sessão plenária da Câmara nesta quarta-feira (19), a deputada federal Carol Dartora (PT-PR) mostrou a língua para o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO). Na ocasião, o parlamentar do PL discursava a favor do projeto de lei 1904/24, que equipara o aborto de gestação acima de 22 semanas ao homicídio. O deputado do PL anunciou que levará o caso ao Conselho de Ética, enquanto a assessoria de imprensa da parlamentar petista justificou a ação como resultado do “calor do embate”.
⏯ Petista mostra a língua durante discurso de bolsonarista na Câmara
— Metrópoles (@Metropoles) June 19, 2024
Uma deputada do PT mostrou a língua no plenário da Câmara, nesta quarta-feira (19/6), durante discurso de um parlamentar bolsonarista em defesa do chamado “PL do Aborto".
O gesto foi feito pela deputada… pic.twitter.com/XvhruqQCOf
Imagens da TV Câmara registraram o momento em que Carol passou por trás de Chrisóstomo, que usava o microfone na tribuna, e fez o gesto.
O deputado criticou a atitude, afirmando: “É assim que os esquerdistas agem quando confrontados. É inadmissível esse tipo de comportamento nesta Casa. Total falta de respeito! Agora, imagine se fosse o contrário, o quanto estariam protestando? Por muito menos, eles me representariam. Tomarei providências junto aos órgãos responsáveis.”
Em nota, a assessoria da deputada Carol Dartora classificou o episódio como um “incidente” e destacou que o projeto de lei defendido pelo parlamentar do PL “afeta diretamente a vida de mulheres negras e de nossas crianças”.
O projeto de lei tem gerado polêmica e dividido opiniões entre os parlamentares nas últimas semanas. Ontem, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciou a formação de uma comissão para debater a proposta. Embora não tenha detalhado a composição da comissão, mencionou que ela será representativa e formada apenas no segundo semestre deste ano, provavelmente em agosto.
Em linhas gerais, o texto proposto pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) sugere a criminalização do aborto legal acima de 22 semanas em todos os casos previstos, com pena equivalente à de homicídio simples, variando de seis a 20 anos de reclusão, inclusive nos casos de estupro. Atualmente, a pena média para estupradores é de seis a 10 anos.