Foto: Arte/Metrópoles
No mesmo dia em que criticou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, Lula deu a maior bandeira: ele deseja muito enfrentar Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2026. O petista escreveu no X o que disse em entrevista a uma rádio:
“Eu estarei com 80 anos em 2026, no auge da minha vida. Mas não quero discutir reeleição agora. Estou com 1 ano e 6 meses de mandato. Quero cumprir o que prometi ao povo brasileiro. Tem muita gente boa que pode ser candidato. Mas, se for necessário ser candidato para impedir que os trogloditas voltem a governar, pode ter certeza que meus 80 anos vão virar 40 para enfrentá-los. Não vou permitir que esse país volte a ser governado por um fascista e negacionista.”
Apesar do que afirma, Lula pensa em reeleição desde o início de seu terceiro mandato. Além disso, o PT não tem outro nome forte para a presidência. Fernando Haddad, o mais citado para suceder Lula, enfrenta grande rejeição do eleitorado, segundo as pesquisas mais recentes. Em maio, a Quaest constatou que 50% dos brasileiros desaprovam o atual ministro da Fazenda.
Querendo ser reeleito e sem um sucessor político à altura, além de enfrentar um possível adversário como Tarcísio de Freitas, difícil de ser caracterizado como “perigo à democracia”, Lula usa o plural “trogloditas” para expressar seu desejo de enfrentar apenas um troglodita: Jair Bolsonaro.
Este colunista já disse que Lula talvez tenha concluído que tornar seu adversário inelegível foi um mau negócio. A bandeira que o líder petista levantou ontem é a maior prova disso. Tanto Lula quanto Jair Bolsonaro querem repetir o duelo de 2022.
Lula aposta que Bolsonaro continuará rejeitado pela maioria dos eleitores, daí a necessidade de não parar de falar nele para manter seu nome vivo. Bolsonaro aposta que o governo de Lula será um fiasco capaz de reabilitá-lo. Ambos só precisam combinar com o STF, já que no Legislativo as coisas estão avançando para liberar o troglodita.