A neurocientista Jimo Borjigin ficou surpresa ao perceber que, embora a morte seja uma parte essencial da vida, sabíamos muito pouco sobre o cérebro durante esse processo. Há mais de 10 anos, por acaso, ela observou o processo de morte em cérebros de ratos que haviam falecido. Um dos ratos apresentou uma secreção massiva de serotonina, o que a intrigou.
Segundo informações do G1, essa descoberta levou Borjigin, professora associada de neurologia e fisiologia molecular e integrativa da Universidade de Michigan, a estudar o que acontece no cérebro humano durante a morte. Contrariando as expectativas, suas pesquisas revelaram algo diferente dos sinais superficiais: após a parada cardíaca, os cérebros ainda exibiam intensa atividade de neurotransmissores como serotonina, dopamina e noradrenalina.
Essa atividade cerebral hiperativa pode estar relacionada às Experiências de Quase Morte (EQM) relatadas por pessoas à beira da morte. Borjigin observou alta ativação nas cortezas visuais de pacientes após a retirada dos respiradores, possivelmente correlacionada com essas experiências intensas.
Em resumo, o cérebro não desiste facilmente, e mecanismos de sobrevivência podem estar em ação durante a morte. Imagine uma família enfrentando uma crise econômica repentina, onde os pais perdem seus empregos e a renda desaparece. Assim como o cérebro, eles também lutam para sobreviver.
“O que eles fazem? Reduzem seus gastos, cortam o que não é essencial.”
“Eles usam o dinheiro restante apenas para o que lhes permite sobreviver”.
Agora, ela compara o dinheiro ao oxigênio para o cérebro.
“Eu acredito que o cérebro faz o mesmo. Qual é a função mais essencial dele? Não é aquela que permite dançar, falar, se mover. Essas funções não são essenciais. O essencial é respirar, fazer o coração bater.”
“Por isso, eu acredito que o cérebro diz: ‘Melhor eu fazer algo diante desta crise que está chegando’. Ele precisa conservar essa quantidade decrescente de oxigênio que está entrando no sistema.”
Borjigin considera que o que foi descoberto em seus estudos é apenas a ponta de um iceberg gigante, debaixo do qual há muito a ser descoberto.