O site de informações, O Antagonista, acusou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de censurar uma reportagem em que cita Marcola como apoiador de Lula. Conforme o portal, o pedido saiu da própria campanha do petista.
Confira abaixo o texto publicado no Antagonista:
A pedido da campanha de Lula, o ministro Alexandre de Moraes determinou nesta manhã de domingo (2) a retirada do ar da reportagem “Exclusivo: em interceptação da PF, Marcola declara voto em Lula”, cujo conteúdo reproduz diálogos em que o líder do PCC declara preferir a vitória do petista nestas eleições.
A matéria reproduz áudios obtidos pela Polícia Federal, no âmbito da operação Anjos da Guarda, com autorização judicial. Para o presidente do TSE, porém, trata-se de “divulgação de fato conteúdo sabidamente inverídico”.
A decisão de Moraes acolhe, sem direito ao contraditório, argumentos dos advogados da campanha do petista, segundo os quais “na condição de condenado por decisão transitada em julgado, Marcola está com seus direitos políticos suspensos (artigo 15 da Constituição Federal) e, enquanto persistir essa situação jurídica, está impedido de votar”.
O presidente do TSE fala ainda em “grave descontextualização e aparente finalidade de vincular a figura do pré-candidato a organização criminosa, indicando suposto apoio explícito do PCC à sua campanha”.Notícias relacionadas:
O Antagonista repudia as acusações e ilações, reafirmando a veracidade das informações publicadas, baseadas integralmente nos autos de inquérito que tramita na Justiça Federal. Ressalte-se que declarar preferência pela vitória de determinado candidato, como está nítido nas transcrições e áudios reproduzidos, não se confunde com o alegado direito ao exercício do voto — suspenso a condenados.
Não é a primeira vez que O Antagonista e sua revista digital Crusoé são alvos do arbítrio. Em 2019, Moraes também censurou a reportagem “O amigo do amigo do meu pai”, baseada em documentos encaminhados à Lava Jato pelo delator Marcelo Odebrecht, ex-presidente do grupo empresarial.
O Antagonista vai cumprir a decisão de Moraes e recorrer ao Supremo, consciente de seu direito de exercer, sem restrições, o princípio constitucional da liberdade de imprensa e de expressão.