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Investigações conduzidas pelo Estadão revelam que membros da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República organizam encontros diários com representantes do PT para determinar pautas e estratégias comunicativas para canais e perfis associados ao partido, visando influenciar as redes sociais sob sua influência.
Influenciadores alinhados ao governo são convocados para reuniões esporádicas a fim de receberem informações sobre assuntos de interesse do governo. Essa tática envolve a equipe de mídias sociais do partido, que durante a campanha eleitoral de 2022 era conhecida como “gabinete da ousadia”, em contraponto ao “gabinete do ódio” do governo Jair Bolsonaro (PL).
Uma série de páginas e perfis pró-governo destacam-se na defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), realizando ataques coordenados contra opositores e desacreditando veículos de imprensa. A interação direta entre o governo e o partido com esses influenciadores sugere que suas atividades digitais são direcionadas pelo Palácio do Planalto. Não existem evidências de financiamento público para esses influenciadores.
No contexto da tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul, o PT, o governo e os influenciadores colaboraram para contestar o que denominam de fake news, incluindo críticas políticas e matérias jornalísticas, além de promover as iniciativas de Lula em apoio à população gaúcha.
Deputados da oposição pretendem convocar o ministro interino da Comunicação, Laércio Portela, para prestar esclarecimentos sobre as operações do “gabinete da ousadia”.
Diante desses fatos, surge a questão: como essa situação afeta a credibilidade do governo? E será que poderia desencadear uma investigação semelhante à do “Gabinete do Ódio”?