Nesta semana, um episódio repetido chamou atenção: um integrante do PT expressou, não pela primeira vez, um sentimento nostálgico pelos tempos de oposição do PSDB. Durante uma sessão tumultuada na Câmara com Paulo Pimenta, secretário de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) fez uma declaração surpreendente, embora já conhecida por muitos: “Eu tenho saudades do PSDB”.
Segundo informações do site O Antagonista, até o presidente Lula, ao lado de Geraldo Alckmin e Alexandre Padilha, já expressou sentimentos semelhantes em público. A nostalgia de Lindbergh se estende aos debates políticos de outrora, que ele considera de maior qualidade em comparação com as atuais “sessões de gritarias e insultos desqualificados”. No entanto, essa idealização do passado parece ignorar as atitudes menos republicanas e responsáveis que o próprio PT adotou quando estava na oposição.
Os petistas hoje exigem dos adversários uma postura que eles próprios não mantiveram no passado, opostos de forma quase sistemática a iniciativas como a Constituinte e o Plano Real. Essa postura irresponsável contribuiu para a ascensão ao poder do PT e pavimentou o caminho para adversários igualmente desafiadores.
#saudades O PSDB, por sua vez, desintegrou-se de maneira digna e coerente com sua história. Aloysio Nunes Ferreira, ao explicar sua saída do partido, criticou a neutralidade adotada pelo PSDB na eleição presidencial frente a um candidato como Jair Bolsonaro. Hoje, Nunes atua em Bruxelas pela Apex no governo Lula, e sua fala ressoa com um tom nostálgico por adversários da estirpe tucana.
Pesadelos José Guimarães também expressou seu descontentamento com as dificuldades enfrentadas no Congresso. As alianças políticas atuais parecem ser mais complexas e estressantes do que as antigas disputas com o PSDB. Os petistas agora enfrentam as consequências de suas próprias ações passadas na oposição.