Em um cenário de recorde histórico, os bancos brasileiros, no primeiro ano sob a administração de Lula, viram seus lucros líquidos saltarem para aproximadamente R$ 144 bilhões, marcando um aumento de pouco mais de 4% em relação aos R$ 139 bilhões do ano anterior. Este feito é destacado no último Relatório de Economia Bancária do Banco Central (BC), conforme informações do Metrópoles.
Mesmo diante da descoberta da fraude na Americanas, que acarretou um prejuízo fiscal de R$ 25,2 bilhões e afetou grandes instituições financeiras como Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil, Safra e Votorantim, o setor bancário prosperou. O relatório do BC aponta que houve uma dinâmica de crédito mais favorável para pessoas físicas em comparação com as jurídicas. Enquanto as taxas de inadimplência tiveram uma leve queda entre os indivíduos, o crédito cresceu mais na Região Norte e entre as mulheres, especialmente nas faixas etárias mais jovens.
No entanto, o panorama para as empresas foi menos otimista. A carteira de crédito para pessoas jurídicas desacelerou e a inadimplência subiu. A rentabilidade dos bancos, medida pelo retorno sobre patrimônio (ROE), caiu para 14,1% em 2023 – uma diminuição de 0,6 ponto percentual em relação a 2022.
Curiosamente, os bancos públicos se destacaram como os mais rentáveis pelo segundo ano seguido, graças à melhoria da eficiência operacional. A concentração bancária permaneceu elevada mas apresentou uma leve redução. Os quatro maiores bancos detinham 55,3% dos ativos e mais da metade do mercado de crédito e dos depósitos.
Carlos Vieira da REAG Investimentos observa que a queda na inadimplência contribuiu para menores despesas com provisões para calotes e um aumento nos lucros. Além disso, as receitas com serviços se mantiveram resilientes. Os líderes dos principais bancos nacionais expressaram “apoio institucional” ao ministro Fernando Haddad após uma reunião em São Paulo, sinalizando expectativas positivas para 2024 apesar das turbulências fiscais.