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Desde o começo da enchente devastadora no Rio Grande do Sul, o Brasil ouviu inúmeras vezes as referências ao desastre que, até então, tinha sido o pior da história do estado. Nesta sexta-feira (14), o Jornal Nacional mostrou imagens inéditas daquela inundação que traumatizou os gaúchos há mais de 80 anos.
A história do cinema começou a ser gravada em filmes de nitrato de celulose. Mas o material, que permitiu que o cinema fosse inventado, tem uma particularidade: ele pega fogo sozinho – autocombustão.
“Ele é um problemão, por isso que ele tem que ser guardado em condições ideais. Vão desde você guardar o nitrato em espaços climatizados, até guarda de nitrato em subsolos, embaixo da terra”, explica Maria Dora Mourão, diretora-geral da Cinemateca.
Jornal Nacional revela imagens inéditas da enchente devastadora de 1941 no Rio Grande do Sul — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
A Cinemateca Brasileira enfrentou quatro incêndios por causa desse material. Mas ainda manteve um grande acervo, que só agora terminou de ser recuperado, catalogado e digitalizado. São quase 2 mil filmes.
O projeto encontrou películas desconhecidas, filmes que se imaginava perdidos, imagens inéditas, e o agora mais antigo registro do acervo: o da inauguração de uma igreja em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em 1909.
Entre os milhares de rolos de filmes, a equipe da Cinemateca encontrou diversos registros históricos importantes. Mas um deles, em especial, depois de catalogado e digitalizado, ganhou uma dimensão completamente diferente. Apesar de as imagens serem em preto e branco, antigas, algumas delas são bem parecidas com imagens vistas recentemente. É a enchente de Porto Alegre em 1941. O drama é contado detalhadamente em um documentário de 38 minutos.
Algumas imagens já eram conhecidas. Mas não se tem notícia de exibições do filme inteiro depois da década de 1940. Lá em 1941, pessoas e animais se refugiaram em telhados. Os abrigos ficaram lotados, com famílias inteiras.
Jornal Nacional revela imagens inéditas da enchente devastadora de 1941 no Rio Grande do Sul — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
O documentário registrou os barcos, a distribuição de comida nos abrigos, e até a entrega de um auxílio social, pago em dinheiro, na rua mesmo. E se o drama que os gaúchos viveram agora já tinha acontecido no passado, a mobilização dos voluntários também.
O filme foi encomendado pelo governo federal e feito pela Leopoldis Som. Exibido em uma sessão privada para o então presidente Getúlio Vargas. Agora, volta a poder ser visto.
“Agora nós sabemos tudo que temos nesse acervo, e isso é fundamental, porque o que tem lá é a é história. A história do Brasil. É a história trazida para a atualidade e viva através do cinema”, afirma Maria Dora Mourão, diretora-geral da Cinemateca.
Créditos: G1.