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As relações entre Giorgia Meloni e Emanuel Macron estão tensas. Isso devido a insistência de Macron em inserir a palavra aborto no texto final da reunião do “G7”.
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— Ivan Kleber (@lordivan22) June 14, 2024
Os líderes do G7 discordaram sobre a inclusão de uma menção ao direito ao aborto legal e seguro no documento final do encontro. O texto deve ser divulgado nesta sexta-feira (14.jun.2024), último dia da cúpula entre Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Japão, realizada na região da Puglia, na Itália.
A maior opositora à menção ao aborto no documento final é a primeira-ministra italiana, Georgia Meloni. Embora seu governo não tenha revogado o direito à interrupção voluntária da gravidez na Itália, ele apoiou um projeto de lei, aprovado em abril, que permite o acesso de grupos antiaborto a clínicas de planejamento familiar. Meloni defende que se informe às mulheres que consideram o aborto como única opção que existem outras alternativas.
Os presidentes dos EUA, Joe Biden, e da França, Emmanuel Macron, o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, e o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, tentaram incluir a menção ao aborto no texto. Autoridades informaram ao jornal norte-americano Washington Post que Biden ameaçou não assinar o documento se o direito reprodutivo não fosse citado. Segundo o jornal, o debate foi um grande ponto de discórdia, prolongando as negociações do texto até a madrugada em vários dias da semana passada.
Em um acordo provisório, o grupo decidiu que o documento não mencionará a palavra aborto, mas reafirmará o endosso do G7 ao acordo do ano passado, que utilizou o termo. Também afirmará que os líderes do grupo apoiam o acesso universal aos cuidados de saúde para as mulheres, incluindo direitos abrangentes de saúde sexual e reprodutiva, conforme o Washington Post.
A declaração conjunta do ano passado dizia: “Reafirmamos o nosso total compromisso em alcançar [saúde e direitos sexuais e reprodutivos] abrangentes para todos, inclusive abordando o acesso ao aborto seguro e legal e aos cuidados pós-aborto.”
Elly Schlein, líder do Partido Democrático italiano, de centro-esquerda, classificou a posição de Meloni como “uma vergonha nacional”. Em um post no Instagram, disse: “Uma primeira-ministra que não defende os direitos de todas as mulheres deste país não tem utilidade para nós.”
Questionado por um jornalista italiano, Macron afirmou que na França há igualdade entre homens e mulheres e lamentou que essa não fosse a realidade na Itália.
Em entrevista a jornalistas, Meloni respondeu, sem citar Macron, que “é profundamente errado, em tempos difíceis como esses, fazer campanha [eleitoral] usando um fórum importante como o G7.” Em 9 de junho, o presidente francês convocou eleições legislativas para os dias 30 de junho e 7 de julho. Biden também defende o direito ao aborto em sua campanha para reeleição.