Mesmo com o atestado de óbito, a família do falecido acreditava que ele iria se recuperar
O corpo de um homem foi mantido em casa durante 18 meses após sua morte. A família do indiano acreditava que ele estava em coma e, por isso, continuou a cuidar dele desde abril de 2021, quando ele morreu, até a última sexta-feira (23).
Vimlesh, como foi identificado, tinha 35 anos na época de sua morte, durante a segunda onda da Covid-19. Ele foi dado como morto no dia 22 de abril de 2021, por peneumonia bilateral, e a família recebeu o atestado de óbito um dia depois.
Alok Ranjan, diretor médico da cidade indiana de Kanpur, explicou que a declaração de morte foi entregue à família. “Depois que ele morreu, foi levado a uma casa de repouso local, onde foi declarado morto. Uma certidão de óbito também foi emitida quando a causa da morte foi mencionada como pneumonia bilateral”, explicou ele ao jornal Times of India.
Os familiares levaram o corpo do hospital e sentiram que Vimlesh ainda estava respirando, por isso continuaram a cuidar do corpo. A empresa em que ele trabalhava entrava em contato com a família em busca do homem, que não aparecia havia meses.
“Sempre que seu escritório perguntava à família sobre seu paradeiro, eles diziam que Vimlesh estava doente. A família também trouxe cilindros de oxigênio e disse aos moradores que ele estava em coma e recebia tratamento em casa. Eles estavam convencidos de que ele estava vivo e iria melhorar”, informou um policial local, também ao jornal Times of India.
Apesar disso, a empresa entrou em contato com as autoridades para informar que Vimlesh não aparecia desde abril do ano passado. Com a reclamação, o corpo foi recuperado e levado para a cremação, 18 meses após a morte.
Segundo Ranjan, a família não será punida, já que não houve crime. “Como nenhum crime foi cometido aqui, não tomaremos nenhuma ação contra ninguém. A família ainda estava convencida de que ele estava vivo até que seu corpo foi levado na sexta-feira pelas autoridades”, contou ele.
O médico explicou que a família precisou ser convencida da cremação de Vimlesh, visto que ela conseguiu manter o corpo por 18 meses, graças a uma série de cuidados que mantinha.
“Em casos raros, quando um corpo é limpo regularmente com certos produtos químicos, e se não houver muita umidade e ar, ele não se decompõe, mas é mumificado. O que a família de Vimlesh usou para preservar o corpo por tanto tempo ainda não está claro. Quando questionados, eles alegaram que não usavam nenhum produto químico”, explicou Ranjan.