O presidente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Edegar Pretto, anunciou hoje o cancelamento do leilão para a importação de arroz, realizado na quinta-feira passada (6 de junho de 2024) e arrematado por quatro empresas. Segundo Pretto, o governo realizará um novo leilão, ainda sem data definida.
O anúncio ocorreu após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que concordou com a decisão de cancelamento. Lula vinha cobrando uma solução para a questão, afirmando que o arroz e outros alimentos devem estar acessíveis aos brasileiros a preços justos. O ministro também informou que a Receita Federal participará do próximo certame.
“Isso não interessa”, responde ministro ao ser questionado por repórter sobre número de empresas não qualificadas que venceram leilão de arroz.
— Metrópoles (@Metropoles) June 11, 2024
Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, admitiu, no entanto, que maioria das empresas vencedoras ‘tem fragilidades’.
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O governo agora avaliará antecipadamente as empresas que decidirem concorrer no novo leilão, considerando sua capacidade financeira e experiência na área. Segundo Fávaro, algumas empresas têm fragilidades, enquanto outras são consistentes. A transparência será priorizada, evitando que o governo descubra os habilitados e vencedores somente após o leilão.
Questionado sobre quantas empresas e quais tinham fragilidades, Teixeira disse que isso “não interessa”. “A avaliação do governo é que no conjunto das empresas, uma maioria tem fragilidades. Sendo que tem empresas que são consistentes, mas entendem que essa anulação é necessária e participarão do leilão quando acontecer novamente”, afirmou.
Chama a atenção a lista das vencedoras do leilão anterior: das quatro empresas, três não atuam no ramo de importação. Apenas a Zafira Trading está no segmento de comércio exterior. As outras três empresas incluem uma vendedora de queijos em Macapá (AP), uma fabricante de sucos de São Paulo e uma locadora de veículos em Brasília. O valor total arrematado pelas quatro empresas foi de R$ 1,3 bilhão.
O leilão foi promovido pela Conab para garantir o fornecimento de arroz no país devido às enchentes no Rio Grande do Sul, responsável por cerca de 70% da produção nacional do grão. Ao final do certame, seriam adquiridas 263 mil toneladas de arroz.
Pretto explicou que as empresas habilitadas foram informadas apenas ao final do processo, no momento da assinatura da ata, tanto pela Conab quanto pelo governo.