Em abril de 2020, a Sices Brasil, empresa do setor de energia solar, solicitou recuperação judicial à Justiça de São Paulo devido a uma dívida de R$ 600 milhões. Desde então, a companhia e seu proprietário, o italiano Leonardo Curioni (foto em destaque), têm sido alvo de intensas acusações de fraude por parte de bancos.
A crise se agravou após uma operação da Polícia Federal que investigou Curioni, levando a empresa à beira da falência. Segundo informa matéria do Metrópoles, durante essa disputa, o empresário relatou que foi pressionado a fazer pagamentos milionários a advogados ligados ao juiz Marcello do Amaral Perino, responsável pela recuperação judicial da empresa, e ao perito Vanderlei Masson, nomeado pelo magistrado para fiscalizar as contas da Sices.
➡️ Empresário denuncia pagamentos milionários a aliados de juiz e perito
— Metrópoles (@Metropoles) June 10, 2024
Em recuperação judicial de R$ 600 milhões, empresário relata suposta pressão para contratar advogados próximos a juiz que julga seu processo
Leia: https://t.co/8DeUuALWFh pic.twitter.com/U75bdUg9r7
Na lista de contratados pela Sices, encontram-se advogados que mantêm parcerias com o perito encarregado da fiscalização. Esses mesmos advogados foram nomeados por Marcello Perino como administradores judiciais em outros processos de recuperação e falências.
O empresário alega que parte dos pagamentos milionários feitos pela Sices não correspondeu a serviços prestados. Ele afirma que lhe foi vendida a ideia de que essas contratações facilitariam a situação difícil da empresa durante a recuperação judicial.
Receoso de que não contratar as pessoas indicadas pudesse agravar ainda mais o ambiente hostil da recuperação judicial, o empresário optou por contratá-las, conforme seu relato. Por outro lado, os advogados mencionados por ele negam essa versão, alegando que prestaram serviços legítimos e não exerceram influência indevida.
Quanto ao advogado Quintino Fleury, procurado pelo Metrópoles, ele afirmou que não foi consultado pela Sices sobre a contratação e que nunca indicou o advogado Fabio Garcia para nenhum serviço junto à empresa. Fleury ressaltou que sua esposa trabalha no escritório de Garcia como advogada civilista, não atuando na área de inadimplência ou tributária.
Durante a apuração desta reportagem, o empresário Eduardo de Meira entrou em contato com o Metrópoles para afirmar que havia uma “injustiça” contra o juiz Marcello Perino e seu irmão. No entanto, Fernando Perino, irmão do magistrado, negou conhecê-lo e esclareceu que jamais autorizou tal contato. O juiz Marcello Perino não se manifestou.
Com informações de Metrópoles