As eleições para o Parlamento Europeu deste ano revelaram uma mudança significativa para a direita em várias partes da Europa. Com um eleitorado de aproximadamente 370 milhões de pessoas convocadas para votar, a direita conservadora conquistou ganhos notáveis em vários países, enquanto os partidos de esquerda enfrentaram perdas significativas.
França: A vitória da direita
Jordan Bardella, candidato de direita, obteve entre 31,5% e 32,4% dos votos, praticamente o dobro do alcançado pelo partido do presidente Emmanuel Macron, que ficou em segundo lugar com apenas 15,2% dos votos. Os socialistas ficaram em terceiro lugar com cerca de 14%. A direita francesa conquistará entre 29 e 30 cadeiras no Parlamento Europeu.
Alemanha: A direita em segundo lugar
O partido conservador (CDU e CSU) ficou em primeiro lugar com entre 29,5% e 30% dos votos. O partido social-democrata (SPD) do chanceler Olaf Scholz obteve apenas 14%, ficando em terceiro lugar. O partido de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) conquistou entre 16% e 16,5% dos votos, posicionando-se em segundo lugar.
Espanha: Conservadores e direita em ascensão
O Partido Popular (PP) liderou com 32,4% dos votos, conquistando entre 21 e 23 cadeiras. O Partido Socialista obteve entre 20 e 22 cadeiras com 30,2% dos votos. O partido de direita Vox deve conquistar entre 6 e 7 cadeiras com 10,4% dos votos. Um novo partido de direita, Se Acabó la Fiesta, deve entrar no Parlamento Europeu com entre 2 e 3 cadeiras (3,9% dos votos).
Áustria: Vitória da direita
O Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ), de direita, venceu com 27% dos votos, conquistando seis cadeiras no Parlamento Europeu. O Partido Popular Austríaco (ÖVP) ficou em segundo lugar com 23,5% dos votos, garantindo cinco cadeiras. O Partido Social-Democrata (SPÖ) e os Verdes conquistaram cinco e duas cadeiras, respectivamente.
Contexto e Implicações
Os resultados indicam uma transformação importante na política europeia, apontando para um Parlamento Europeu mais dividido e possivelmente menos inclinado a políticas progressistas. As questões econômicas e geopolítica, particularmente relacionadas ao conflito na Ucrânia, à migração e ao custo de vida, parecem ter estimulado o suporte a partidos de direita.
A eleição também pode enfraquecer líderes de centro-esquerda como Olaf Scholz na Alemanha e Emmanuel Macron na França, que enfrentaram derrotas significativas. Essa mudança de poder pode ter implicações duradouras para a política europeia, incluindo uma possível resistência a medidas ambientais mais rigorosas e um foco maior em políticas de imigração restritivas.