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O experiente colunista de TV Flavio Ricco, do portal R7, questionou recentemente o orçamento da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) para 2024, que é de R$ 792 milhões, e por que a TV Brasil, seu principal veículo, não oferece uma programação mais atraente. A baixa audiência do canal, que raramente ultrapassa meio ponto, pode ser parcialmente explicada pelo alto custo com salários, que consome cerca de 70% do orçamento e beneficia aproximadamente 1,8 mil funcionários, entre concursados e comissionados bem remunerados. As informações são da Gazeta do Povo.
Apesar de adquirir conteúdos de qualidade como filmes, documentários, eventos esportivos e desenhos animados, a TV Brasil também investe em produções próprias que tendem a glorificar o governo Lula e promover causas identitárias, o que não tem sido suficiente para atrair uma audiência significativa. Em comparação, a TV Cultura de São Paulo é reconhecida por programas aclamados pela crítica, algo que a TV Brasil não conseguiu replicar.
Em 2021, o então ministro das Comunicações do governo Bolsonaro, Fábio Faria, expressou de forma direta sua opinião sobre a TV Brasil, sugerindo que a emissora só seria vendida se houvesse um comprador disposto a assumir um prejuízo anual de R$ 550 milhões. Essa declaração veio após anos de críticas ao desempenho financeiro da emissora, que desde sua criação em 2007, teria custado cerca de R$ 6 bilhões aos cofres públicos, com uma audiência menor que a da Rede Vida.
A EBC, que aspirava ser a “BBC brasileira”, está longe de alcançar a excelência da instituição britânica e se concentra principalmente em divulgar as ações do governo federal. Com a queda de popularidade de Lula, a emissora intensificou a promoção de suas políticas e programas, enquanto tenta deslegitimar as pautas da oposição.
O telejornal ‘Repórter Brasil’ e outros programas da TV Brasil, como ‘Caminhos da Reportagem’, frequentemente abordam temas alinhados com o governo, incluindo questões identitárias e culturais. A primeira-dama Janja Silva e outros convidados frequentemente aparecem em programas como ‘Sem Censura’, que foi reformulado e agora é apresentado pela atriz Cissa Guimarães.
A direção da EBC, incluindo o presidente Jean Lima e a diretora de Programação e Conteúdo Antonia Pellegrino, ambos com ligações políticas ao PT, não hesitam em usar suas contas pessoais nas redes sociais para apoiar Lula e criticar a oposição.
Recentemente, a TV Brasil Internacional foi lançada com o objetivo de promover a imagem do Brasil no exterior, com um foco em turismo, cultura e gastronomia, além de notícias favoráveis ao governo. A EBC planeja expandir o alcance do canal para mais países e está considerando ajustar a programação da TV Brasil para atrair mais evangélicos e mulheres em 2024.
A emissora continua a expandir sua rede e a enfatizar a distribuição de seu conteúdo em formatos curtos nas redes sociais, financiados pelos impostos dos cidadãos. Essa estratégia visa aumentar a presença da TV Brasil no cotidiano dos brasileiros.