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A Petrobras anunciou a reativação da Araucária Nitrogenados S.A. (Ansa), prevista para o segundo semestre de 2025, após ter “hibernado” a fábrica em 2020. A decisão, parte do reposicionamento estratégico da empresa no mercado de fertilizantes, foi recebida com cautela pelo mercado financeiro. O Itaú BBA observou que a Ansa acumulou perdas desde sua aquisição pela Petrobras em 2013, com um prejuízo operacional superior a R$ 400 milhões em 2020. As informações são do INFOMONEY.
A reativação alinha-se ao Plano Estratégico 2024-2028 da Petrobras, e apesar da recomendação de desempenho médio do mercado para os ADRs da empresa, o BTG Pactual ressalta a importância de considerar a alocação de capital em áreas menos rentáveis. Reconhecendo que o segmento de fertilizantes oferece retornos inferiores aos de upstream e refino, o banco destaca que os investimentos já estavam previstos no último Plano Estratégico, sem representar custos adicionais.
Entre 2015 e 2021, a Ansa registrou prejuízos líquidos e fluxo de caixa ajustado negativos, totalizando um prejuízo líquido de US$ 320 milhões e uma queima de caixa de cerca de US$ 400 milhões. Apesar dos desafios históricos no setor de fertilizantes, os analistas do BTG consideram que os números da Ansa não impactam significativamente os resultados gerais da Petrobras, representando apenas 1% do lucro estimado para 2024 e 2,6% da geração de fluxo de caixa para o acionista.
O BTG reconhece riscos em investimentos maiores na Petrobras e mantém cautela quanto ao segmento de fertilizantes, questionando se os investimentos podem afetar a distribuição de dividendos. A governança corporativa é vista como um aspecto crucial da tese de investimento, e mudanças nos estatutos que possam reduzir os retornos são consideradas prejudiciais. Contudo, o banco ainda percebe um potencial positivo para a distribuição de dividendos e destaca a Petrobras como sua principal escolha no setor.