Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda
Fernando Haddad explica por que dólar e juros dispararam e bolsa desabou após reunião fechada com banqueiro. https://t.co/QYNzoW81p9 pic.twitter.com/ieAWENr41h
— O Antagonista (@o_antagonista) June 7, 2024
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicou há pouco aos jornalistas o motivo da disparada do dólar e dos juros futuros na tarde desta sexta-feira, 7. Segundo Haddad, durante uma reunião fechada com o diretor-presidente do Santander, Mario Roberto Opice Leão, e outros convidados da instituição financeira, foi questionado sobre a possibilidade de contingenciamento caso as despesas obrigatórias crescessem acima do previsto.
“Haddad afirmou que sim”, garantindo: “Não entendi a intenção da pessoa que vazou uma informação falsa sobre o que eu disse”, completou o ministro. Contudo, rumores que circularam no mercado após o encontro indicavam que a fala a portas fechadas sugeria que mudanças nos limites do arcabouço dependiam da avaliação do presidente Lula e, se ocorressem, seriam realizadas em agosto deste ano.
Diante da incerteza, os investidores buscaram refúgio no dólar e apostaram em juros mais altos para compensar a piora na percepção fiscal. A moeda americana fechou o dia na máxima da sessão, cotada a 5,34 reais, o maior nível desde o governo Lula, excluindo-se a primeira semana de 2023 quando chegou a 5,45 reais.
Nos últimos cinco dias, o real teve a segunda pior performance entre as moedas emergentes, ficando atrás apenas do peso mexicano, que enfrenta desconfiança dos investidores globais devido a uma possível revisão constitucional após a eleição de um congresso visto como mais intervencionista. O dólar avançou 1,86% no período.
Os juros futuros dispararam em todos os vencimentos. O mercado passou a precificar uma taxa Selic de 12% ao ano antes do final de 2023. O pânico dominou os investidores, com alguns contratos adicionando mais de 0,6 ponto percentual às taxas durante os minutos que sucederam os rumores.
O Ibovespa, principal índice acionário, também respondeu à desconfiança dos investidores com uma queda acentuada. O índice encerrou o dia com recuo de 1,73%, aos 120,8 mil pontos, marcando a terceira semana consecutiva no vermelho e acumulando perdas de 10% no ano.