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Ronnie Lessa, que admitiu ter assassinado a ex-vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, revelou em uma delação premiada que a ordem para o crime foi dada na manhã do dia 14 de março de 2018. Marielle e Anderson foram mortos naquela noite.
Lessa relatou que recebeu uma ligação do ex-sargento da Polícia Militar Edmilson Macalé, que atuava como intermediário entre ele e os irmãos Brazão, supostos mandantes do assassinato, por volta de 10h e 10h30 da manhã.
“Eu já estava ansioso pela ligação e imaginava que a missão aconteceria naquele dia. A gente já esperava esse momento, né? Porque estava demorando muito”, disse Lessa. “Quando ele ligou, falou assim: ‘Tá preparado?’ Eu falei… ‘É hoje, eu imaginei'”, completou.
Macalé informou a Lessa que Marielle tinha uma reunião marcada na Casa das Pretas, no centro do Rio de Janeiro, naquela noite, e disse que ele deveria acionar a “pessoa na reserva disponível”. A vereadora foi morta depois do encontro.
“Ele disse: ‘Realmente teve uma informação, ela tem uma reunião marcada no centro da cidade à noite e… e vamos tentar proceder aí, cara. Só que, mais uma vez eu não estou presente, eu não vou estar presente, e… e você aciona a pessoa que estaria na reserva disponível para isso'”, contou à PF.
Segundo Lessa, essa pessoa seria Élcio. O depoimento foi dado ao delegado da Polícia Federal Guilhermo Catramby em 2023, na Superintendência da Polícia Federal no Estado do Mato Grosso do Sul. Os depoimentos estavam em sigilo até hoje.
Macalé foi morto em 2021. A CNN procurou as defesas dos envolvidos, mas ainda não obteve retorno. A defesa de Lessa, em nota, não comentou a respeito da delação.