Muitos consumidores foram surpreendidos quando a companhia mexicana América Móvil, que administra a Claro no Brasil, anunciou o fechamento da compra da operadora Nextel.
A negociação envolveu um longo período de acertos de valores entre as partes e foi finalmente concluída em 2019. Na época, a Nil Holdings, antigo administrador da Nextel, divulgou que a venda envolveu valores em torno de US$948,5 milhões de dólares.
Apesar da transação já ter sido efetivada, muitas dúvidas ainda cercam essa fusão entre Nextel e Claro. Por que ela ocorreu? O que aconteceu com a Nextel após a venda? A operadora deixou de existir no Brasil? Qual o impacto disso para os clientes e para as outras operadoras?
Em 2019, foi anunciada oficialmente a fusão entre Nextel e Claro. Com essa união, a América Móvil se tornou uma das operadoras de telecomunicações mais poderosas no Brasil, especialmente nos grandes centros urbanos como o Rio de Janeiro e São Paulo.
Essa mudança era esperada, considerando que, por muito tempo, a Nextel ocupou a 5ª posição no ranking das operadoras brasileiras e movimentou 1,4% do mercado de telefonia.
Com a aquisição pela América Móvil, a Claro passou a corresponder a 26,4% de market share. Além disso, os planos Nextel em outros países, como México, Argentina, Peru e Chile, também passaram para o domínio da Claro.
Mas por que a Nextel, com sua posição expressiva no mercado, optou por vender suas ações e se fundir com outra operadora?
Basicamente, a justificativa da Nextel para a fusão está relacionada ao surgimento de novas tecnologias. Com a rápida inovação tecnológica, a oferta de seus serviços tornou-se menos atrativa para usuários e fabricantes de celulares.
Nos últimos anos, a operadora teve que encerrar serviços, como o de rádio (um de seus carros-chefe), e viu seus aparelhos perderem espaço no mercado. Assim, a venda se tornou o caminho mais viável para a Nextel.
Quando a NII Holdings vendeu a Nextel, a marca também foi transferida. A América Móvil obteve total liberdade para fazer alterações, incluindo modificações nos nomes dos planos, nas plataformas e nos canais de vendas.
Com a fusão, a Nextel deixou de existir, dando lugar a uma nova marca exclusiva: a Claro NXT, que agora atende tanto os antigos clientes da Nextel quanto os recém-chegados.
A venda da Nextel para a Claro não afetou apenas o nome da marca. Os clientes e até outras operadoras também podem sentir os impactos dessa mudança.
E quanto à concorrência entre Claro e TIM?
Os negócios entre Claro e Nextel começaram quando surgiu a possibilidade de venda da marca. Recentemente, a TIM interpôs recurso junto ao Conselho Administrativo de Proteção Econômica, alegando que a Claro possui grande concentração de espectro.
A TIM solicitou que a fusão fosse barrada, argumentando que o poder da Claro geraria desequilíbrio no mercado brasileiro de telecomunicações. No entanto, a agência reguladora rejeitou o recurso, considerando que novos leilões de espectro serão realizados.
Além disso, a Claro comprometeu-se a remunerar além dos limites estabelecidos pela Anatel e não considerou o uso de tecnologias alternativas.