Os preços das passagens aéreas devem aumentar ainda mais à medida que a descarbonização avança. Esse aumento ocorre devido ao descompasso entre a pressa das companhias aéreas em reduzir suas emissões de carbono usando combustível de aviação sustentável (SAF) e a quantidade atualmente produzida desse tipo de combustível.
A pressão para atingir metas de emissão zero e a disponibilidade limitada do SAF tornam esse combustível “verde” mais oneroso para as empresas. Além disso, o SAF é até cinco vezes mais caro que o querosene de aviação (QAV), derivado do petróleo, que atualmente abastece as aeronaves.
A despesa com combustível representa cerca de 40% dos custos operacionais das aeronaves.
Willie Walsh, diretor-geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), que representa as empresas aéreas, alerta que esses custos serão repassados aos consumidores.
Ele afirma que as companhias aéreas continuarão a fazer o possível para manter os custos sob controle, mas não é realista esperar que absorvam todos os custos. Essa mudança é necessária, embora não seja algo desejado pelas empresas.
Walsh também critica as atuais taxas “verdes”. Para ele, os impostos que visam forçar as empresas a atingirem emissões zero não contribuem efetivamente para a descarbonização. Além dos desafios relacionados à pandemia, como a paralisação do setor, a alta dos preços também se deve à inflação global.
O SAF é produzido a partir de fontes renováveis, como biomassa, etanol e até mesmo algas. Além disso, ele emite entre 70% e 90% menos gases de efeito estufa em comparação com o QAV.