Edson Gonçalves de Siqueira, conhecido como Irmão Fênix, foi preso na região de Cubatão, litoral paulista. Ele é apontado como um dos principais fornecedores de armas do Primeiro Comando da Capital (PCC) e também foi denunciado por envolvimento no sequestro do repórter da TV Globo, Guilherme Portanova, em 2006.
O criminoso estava em um carro blindado com duas mulheres quando foi abordado pela Polícia Militar Rodoviária às margens da Rodovia Anchieta. As suspeitas fugiram e ainda não foram presas.
Irmão Fênix estava foragido desde 2017, quando não retornou ao sistema prisional após uma “saidinha” temporária. Suas penas somam mais de 50 anos por homicídio, organização criminosa, tráfico de drogas e armas.
O líder do PCC foi preso perto de Santos, cidade estratégica para o despacho de drogas da facção para a Europa. O carro usado por ele tinha placas falsas e foi adquirido por R$ 40 mil. Irmão Fênix também é acusado de armar membros do PCC durante os Ataques de Maio em 2006.
Além disso, ele participou do sequestro de Guilherme Portanova e do auxiliar técnico Alexandre Calado, próximo à sede da Rede Globo. O jornalista foi libertado após a emissora divulgar um manifesto da facção em sua programação.
Registros da Polícia Civil, obtidos pelo Metrópoles, revelam que um cabo e um soldado da PM Rodoviária foram alertados sobre uma suposta tentativa de roubo na Rodovia Anchieta. Durante a ronda, avistaram um Volvo XC60 estacionado às margens da via, no km 61.
No banco traseiro do veículo, havia uma mulher, enquanto outra ocupava o banco do motorista. Ao lado desta, estava Irmão Fênix, como passageiro. As duas suspeitas desembarcaram do carro. Quando os policiais verificaram as placas, o criminoso assumiu o volante e iniciou uma fuga.
A perseguição se estendeu por cerca de dois quilômetros, até que o Volvo colidiu com outros dois carros no km 58 da Anchieta. Irmão Fênix ainda tentou fugir a pé, sem sucesso.
Após o início da fuga de carro, as duas mulheres permaneceram no km 61, local da abordagem, e não foram mais encontradas desde então.
Foragido e perigoso
Os policiais constataram que as placas usadas no Volvo eram falsas e que as originais estavam no porta-malas do veículo blindado. O carro foi adquirido por R$ 40 mil de um empresário de Guarulhos, na Grande São Paulo, por uma mulher cujo endereço consta como sendo da favela de Heliópolis, na zona sul paulistana.
O líder do PCC inicialmente apresentou documentos falsos aos policiais, mas, de acordo com o registro, depois admitiu ser o foragido contra o qual havia um mandado de prisão expedido pela Justiça.
Irmão Fênix foi acusado pela Justiça de armar membros do PCC durante os chamados Ataques de Maio, que paralisaram o estado de São Paulo em 2006.
No mesmo ano, ele foi preso pela Polícia Federal (PF) após ser investigado por fornecer armamentos à facção.
Antes de sua prisão, ele também teria participado do sequestro do repórter Guilherme Portanova e do auxiliar técnico Alexandre Calado, próximo à sede da Rede Globo, na zona sul de São Paulo, em 12 de agosto de 2006.
Alexandre foi libertado no mesmo dia, com um DVD e a missão de entregá-lo à chefia da Globo.
O PCC exigiu que a emissora transmitisse na íntegra um manifesto da facção, criticando a implementação do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), ao qual a cúpula da facção havia sido submetida na ocasião.
Os diretores e proprietários da emissora decidiram divulgar o material para garantir a vida do profissional. Portanova só foi libertado pouco mais de 40 horas após o sequestro. Depois de 14 anos na Globo, o jornalista trabalhou por quatro anos na TV Record em Brasília e, no fim do ano passado, deixou a emissora para comandar um programa na TV Brasil.
Com informações de Metrópoles