Foto: Reprodução/ Instagram Djidja Cardoso
Divulgado nesta segunda-feira, o laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) sobre a morte de Djidja Cardoso indicou que ela sofreu um edema cerebral, um acúmulo de líquido na região que afetou o coração e a respiração da ex-sinhazinha do Boi Garantido.
Embora o documento não especifique a causa do edema, as autoridades acreditam que ele tenha sido resultado do uso constante de cetamina, um anestésico que teria sido utilizado em uma suposta seita religiosa organizada por sua família.
Segundo informações do portal G1, o laudo preliminar identificou “depressão dos centros cardiorrespiratórios centrais bulbares; congestão e edema cerebral de causa indeterminada”. O resultado final será divulgado até o fim de junho.
A morte de Djidja Cardoso expôs uma trama complexa envolvendo drogas e rituais religiosos. Há suspeitas de que o uso do anestésico, que se tornou uma droga ilícita na década de 80, teria sido incentivado por Cleusimar e Ademar Cardoso, mãe e irmão de Djidja, como parte de uma seita religiosa que consumia a substância para atingir planos espirituais superiores.
No âmbito da Operação Mandrágora, Cleusimar e Ademar Cardoso foram presos preventivamente na última quinta-feira (30), acusados de liderar a seita Pai, Mãe, Vida. Além deles, também foram detidas funcionárias do salão de beleza da família: Verônica da Costa Seixas e Claudiele Santos da Silva.
A polícia relata que os rituais incluíam violência física, abuso psicológico, estupro de vulneráveis e até mesmo aborto, que teria sido realizado em uma ex-companheira de Ademar. O grupo religioso estaria ativo há pelo menos dois anos no bairro Cidade Nova, em Manaus.
Segundo o delegado, a família começou a ter alucinações devido ao uso da droga e chegava a se imaginar como figuras representativas. Para o trio, Ademar era visto como a representação de Jesus Cristo na Terra, sua mãe como Maria de Nazaré e Djidja como a representação de Maria Madalena.
A defesa da família Cardoso nega a existência do grupo religioso e afirma que os discursos eram apenas fruto do efeito da droga. Os advogados argumentam também que Ademar e Cleusimar estão sofrendo de abstinência na prisão e planejam pedir suas internações compulsórias.