Recentemente, o deputado Nikolas Ferreira e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, tornaram-se alvos de deepfakes nas redes sociais. Essa tecnologia está sendo utilizada para manipular vozes e imagens, com o objetivo de atrair clientes para cursos e aplicar golpes.
No caso de Moraes, um perfil no Instagram exibe vídeos de apresentadores repetindo um texto para impulsionar as vendas de um curso. No entanto, esses vídeos são forjados e propagam uma fake news sobre o ministro, citando uma decisão que nunca existiu. Jornalistas de diferentes emissoras aparecem no vídeo, e em uma das manipulações, os criadores utilizam uma montagem de William Bonner na bancada do Jornal Nacional.
Com o impulsionamento financeiro permitido pelo Instagram, a propaganda afirma que Moraes proibiu a veiculação do filme “Frequência de Jesus”. O mesmo texto é “repetido” por José Luiz Datena e outros jornalistas, que também foram alvos dessa montagem.
Reprodução/Instagram
Já Nikolas Ferreira teve sua própria imagem manipulada. Em um vídeo, o deputado aparece em uma suposta live, respondendo a uma pergunta sobre o Serasa. Ele “lê” um questionamento falso: “Deputado, que história é essa de indenização do Serasa que vai pagar R$ 30 mil?”. Na deepfake, Nikolas responde:
“Serasa é obrigada a indenizar quase 200 milhões de brasileiros pelo vazamento de dados pessoais em 2021. Saiu essa semana a resposta do Congresso e, se você tiver direito a essa indenização, que pode chegar a R$ 30 mil reais, basta conferir se o seu nome faz parte dessa lista acessando o site oficial do Serasa.”
Reprodução/Instagram
O vídeo já acumula mais de 11,2 mil visualizações e 80 comentários, a maioria alertando para o golpe. Curiosamente, o perfil que postou o vídeo, também com impulsionamento financeiro, possui apenas 4 seguidores.
A tecnologia deepfake utiliza inteligência artificial para manipular a imagem e a voz de qualquer pessoa, sincronizando movimentos labiais e expressões para simular situações falsas com resultados convincentes. Artistas, políticos e pessoas comuns já foram vítimas dessa tecnologia, com fotos e vídeos forjados que os colocavam em situações comprometedoras. O Facebook e o Instagram estão avaliando medidas para restringir o uso dessas imagens manipuladas.