Os carros elétricos, apesar de sua promessa de sustentabilidade e eficiência, estão enfrentando dificuldades nos portos europeus. Os motivos para essa situação incluem o alto preço de aquisição e a infraestrutura de recarga ainda em desenvolvimento. Como resultado, os portos estão se tornando depósitos de veículos não vendidos, especialmente aqueles fabricados na China.
De acordo com o jornal Financial Times, todos os portos europeus que lidam com a importação de automóveis estão enfrentando esse problema. No entanto, os terminais de carga em Bruges e Antuérpia, na Bélgica, estão particularmente sobrecarregados. Relatos indicam que alguns fabricantes chineses só retiram os carros elétricos das docas após a venda ao consumidor final.
Para mitigar essa situação, empresas de logística estão alugando espaços próximos aos terminais de carga para estacionar os carros elétricos não vendidos. Alguns desses veículos já estão estocados nesses locais há pelo menos 36 meses.
Além disso, a contratação de cegonheiros (transportadores de veículos) também se tornou um desafio. As transportadoras priorizam os fabricantes com maiores volumes de vendas, deixando as marcas menores com dificuldades para retirar seus carros dos portos.
Embora os carros elétricos chineses sejam os mais afetados, modelos produzidos por empresas ocidentais também enfrentam essa encruzilhada. O setor automobilístico apostou em um rápido crescimento na demanda por veículos verdes na Europa, mas as vendas esfriaram no último ano.
Infelizmente, as perspectivas não indicam melhorias imediatas. A crise econômica em vários países europeus e a retirada de incentivos fiscais para carros elétricos pelos governos locais contribuíram para a queda nas vendas de carros zero-quilômetro.