Foto: Steve Marcus/REUTERS
Documentos revelam que cliques, dados de usuários do Chrome e “listas brancas” são usados para ranquear sites, contradizendo declarações anteriores da empresa
O Google confirmou a autenticidade de 2,5 mil documentos internos vazados e divulgados na segunda-feira, 27, que detalham o funcionamento do algoritmo do seu mecanismo de buscas, conhecido como SEO (Search Engine Optimization). A confirmação foi dada ao site The Verge por um porta-voz da empresa.
O material revela que o Google monitora dados, como cliques e informações de usuários do navegador Chrome, para usar em seu algoritmo de classificação de busca, contrariando declarações anteriores da empresa sobre os critérios de ranqueamento de conteúdo no buscador. Este incidente representa o maior vazamento de informações sobre o algoritmo de busca e oferece uma visão inédita sobre os critérios que afetam a visibilidade online de websites e negócios.
Embora tenha reconhecido o vazamento, o representante do Google, Davis Thompson, alertou contra “fazer suposições imprecisas sobre a busca com base em informações fora de contexto, desatualizadas ou incompletas”.
Um dos fatores destacados pela documentação é a “autoridade de domínio”, uma medida de relevância de um site sobre um determinado assunto, que pode influenciar sua posição nos resultados de busca. Anteriormente, o Google havia negado a existência de um sistema semelhante.
A métrica seria utilizada para criar “listas brancas” para tópicos sensíveis como eleições e a pandemia da covid-19, indicando esforços do Google para identificar fontes confiáveis em assuntos específicos.
A busca do Google é considerada uma das principais formas de organizar a internet, com o SEO sendo um conjunto de diretrizes que determinam como um site deve ser estruturado e que tipo de conteúdo deve ser produzido. No entanto, o funcionamento interno do sistema, que tem 26 anos de idade e está em constante mudança, nunca foi completamente revelado pelo Google.