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⏯️ Sem-terra ameaça servidor federal: “Encho de bala e mato você”
— Metrópoles (@Metropoles) May 31, 2024
Em vídeo, trabalhador rural sem terra ameaça servidor federal na frente do superintendente do Incra; caso foi denunciado à PF e ao MPF
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Um trabalhador rural sem terra identificado como Gilvan Emidio da Silva ameaçou de morte um servidor federal do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) dentro da superintendência do órgão em Alagoas. As ofensas foram feitas na frente do superintendente do Incra no estado, Junior Rodrigues do Nascimento, e registradas em vídeo.
Na gravação, à qual a coluna teve acesso, o trabalhador rural começa a se exaltar enquanto toma um café. “Estão brincando com a verdade”, repete o sem-terra. “Por que não me mataram antes?”, pergunta, sem detalhar o motivo da revolta.
Em seguida, Emidio se dirige à sala onde está o servidor alvo de sua fúria e inicia as ameaças. “Tu sabe que me deve, não sabe? Tu sabe que deve à gente, não sabe? Se eu quiser encher tua cara de bala aqui, agora, a gente enche tua cara de bala, viu?”, diz o sem-terra.
Ao perceber que está sendo filmado, o homem fica mais irritado. “É pra filmar mesmo. Eu não tenho medo não”, grita. “O que eu tô falando, eu não tenho medo de fazer, não. Se eu for bandido igual a você, eu mato você aqui dentro. Eu mato você aqui dentro”, esbraveja Emidio.
“Eu sou um homem, não sou bandido, não. Estão querendo me tornar bandido aqui dentro. Quer que eu entre na gangue? Qual é a que você quer? PCC? Comando Vermelho? Qual é a que você quer? Seu idiota! Seu idiota! Seu merda!”, continua o agricultor.
Depois das ameaças, o Incra acionou a Polícia Militar, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) e entregou a gravação. O órgão informou que vem trabalhando, com a Advocacia Geral da União (AGU), nas medidas judiciais a serem adotadas.
O deputado federal Fabio Costa, do PP de Alagoas, manifestou indignação com o caso. O parlamentar lamentou a situação vivenciada pelo servidor e cobrou uma apuração rigorosa. “É inadmissível que nossos servidores públicos sejam expostos a tamanha violência. O servidor fazendo o seu trabalho, de forma íntegra, com uma alta demanda, receber ameaças gratuitas. Precisamos de uma resposta imediata contra esse homem”, afirmou.
“Espero que as autoridades tomem as medidas cabíveis diante deste crime, que foi registrado em vídeo. Tais ameaças contra a vida de trabalhadores no exercício da função não podem ser toleradas”, disse o deputado.
Em nota divulgada sobre o caso, o Incra em Alagoas alegou que o agricultor “é recorrente em atos de perturbação da ordem pública e tem causado prejuízos às atividades do Incra, sempre se utilizando de agressões e ameaças”.
Posição do Incra:
“No dia 14 deste mês de maio, o assentado Gilvan Emidio da Silva agrediu verbalmente e ameaçou de morte um servidor do Incra, no seu local de trabalho. Aos gritos e de forma violenta, destratou o servidor na presença do superintendente e de outros servidores, num ato injustificável de desrespeito e ameaça.
Essa pessoa já é recorrente em atos de perturbação da ordem pública e tem causado prejuízos às atividades do Incra, sempre se utilizando de agressões e ameaças. Já sofreu várias intervenções policiais solicitadas pelo Incra, mas reincidiu diversas vezes. Desta vez, ele ultrapassou todos os limites toleráveis.
O servidor, com o apoio da Superintendência, acionou, de imediato, a Polícia Militar, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, apresentando as provas e as testemunhas do ato criminoso.
Uma nota de repúdio e solidariedade foi assinada pelos servidores do Incra e encaminhada a todas as instâncias administrativas e jurídicas.
A Superintendência do Incra acionou e tem mantido contato permanente com a Advocacia Geral da União (AGU), que já trabalha as medidas judiciais pertinentes contra o agressor.
A Superintendência do Incra, por meio de seu superintendente Júnior Rodrigues, repudia com veemência tal conduta afrontosa e criminosa contra um servidor da autarquia. Esse crime foi contra todos os servidores do Incra, que trabalham pelo bem comum, pela justiça social e pela reforma agrária.
Tais atitudes jamais serão toleradas, pois não se pode admitir que condutas semelhantes sejam tidas como normais.
A partir de todas as medidas já em andamento, o agressor será punido conforme a lei.”