O Nubank, banco digital brasileiro que desafiou os credores tradicionais ao longo da última década, conquistou um marco significativo: ultrapassou o Itaú Unibanco Holding e se tornou a instituição financeira mais valiosa da América Latina.
Na terça-feira, as ações do Nubank fecharam em alta de 3,8%, elevando sua capitalização de mercado para impressionantes US$ 58,2 bilhões. Isso coloca o Nubank à frente do Itaú, cuja capitalização está em torno de US$ 56 bilhões, de acordo com dados divulgados pela Bloomberg.
Foto: Nubank
Essa é a primeira vez que os valores das duas instituições se cruzam desde o início de 2022, quando o Nubank abriu seu capital. A mudança é impulsionada por um forte desempenho das ações da fintech, que subiram impressionantes 46% este ano após resultados sólidos no primeiro trimestre.
No período entre janeiro e fevereiro de 2022, Nubank e Itaú alternaram-se na posição de banco mais valioso da América Latina, em uma disputa que durou mais de um mês.
O Nubank, apoiado por investidores como Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, e Sequoia Capital, começou oferecendo cartões de crédito com limites baixos e aplicativos móveis amigáveis para atender a todas as classes de brasileiros. Posteriormente, expandiu-se para o México e a Colômbia, tornando-se um dos nomes mais atraentes nos mercados emergentes.
Ramiz Chelat, gerente de portfólio da Vontobel Asset Management, observa que o Nubank levou tempo para construir sua base de clientes no Brasil antes de assumir riscos em outros países, estratégia que está se refletindo em seu sucesso também no México.
No último trimestre, o Nubank adicionou 5,5 milhões de clientes e registrou uma receita de US$ 2,7 bilhões. A empresa alcançou a marca impressionante de 100 milhões de clientes em seus três mercados: Brasil, México e Colômbia. Sediada em São Paulo, é a primeira plataforma bancária digital a atingir esse marco fora da Ásia.
Além disso, a valorização das ações tornou alguns dos cofundadores do Nubank bilionários. O CEO David Velez agora possui um patrimônio líquido de US$ 11,9 bilhões, enquanto a participação da cofundadora Cristina Junqueira vale mais de US$ 1,5 bilhão. Uma conquista notável para uma empresa que começou com uma visão ousada e se tornou um gigante no cenário financeiro latino-americano.