Cláudio Kbene/PR
O ex-deputado federal Jean Wyllys declarou que o governo Lula (PT) “virou de centro-direita” e sugeriu que o presidente, em vez de buscar a reeleição em 2026, seja “cabo eleitoral” de uma candidatura da ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB).
Em entrevista ao videocast Futeboteco, na sexta-feira (25), Jean Wyllys, filiado ao PT, argumentou que “é hora de o PT sair do protagonismo e vir para a retaguarda, se tornar coadjuvante e apostar no nome de Simone Tebet”. Ele também propôs que o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, seja o vice de uma chapa encabeçada por Tebet. Segundo Wyllys, “a Simone, muito mais que a Marina [Silva, ministra do Meio Ambiente], dialoga com muito mais setores”.
Jean Wyllys defendeu Simone Tebet por ser mulher, afirmando que “a gente precisa, no século 21, ter mulher [na Presidência]”. Sobre Silvio Almeida, destacou o apelo “pela luta antirracista” que o ministro representa.
Entretanto, Wyllys reconheceu que Lula é “vaidoso”, o que poderia dificultar o PT abrir mão de disputar a Presidência da República com um candidato próprio. Ele opinou que “Lula não gosta de outras lideranças perto dele”.
Simone Tebet é do MDB e em 2022 se lançou à Presidência como um nome mais ao centro, tentando romper a polarização entre Lula e o então presidente Jair Bolsonaro (PL). No primeiro turno, ficou em terceiro lugar, com 4,16% dos votos válidos, e no segundo turno declarou apoio a Lula contra Bolsonaro, tornando-se ministra do Planejamento no atual governo.
Jean Wyllys criticou a falta de novas lideranças no PT, atribuindo isso ao “lulismo”, e argumentou que essa saída para 2026 poderia ajudar a “deixar o país mais coeso”, sem necessariamente deixar os petistas fora do governo.