Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Brasil, expressou novamente sua desaprovação à ofensiva de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza. Durante a inauguração de um projeto em São Paulo, ele apelou à solidariedade para com as mulheres e crianças palestinas que estão perdendo suas vidas.
Segundo o presidente, o governo israelense está agindo de forma irresponsável. “Não podemos ficar em silêncio frente às atrocidades que estão ocorrendo na região. Precisamos mostrar solidariedade, pois amanhã poderemos ser nós a precisar dela”, afirmou.
Com informações da Rádio Itatiaia, Lula comemorou o reconhecimento do Estado Palestino por Espanha, Irlanda e Noruega nesta semana. Essa ação conjunta e coordenada visa pressionar outros países europeus a também reconhecerem a soberania da região, que tem um conflito histórico com Israel. Para Lula, essa decisão é histórica por fazer “justiça” e ter um “efeito positivo no apoio aos esforços por paz e estabilidade na região”.
“A decisão conjunta de Espanha, Noruega e Irlanda de reconhecer a Palestina como um Estado é histórica por duas razões. Faz justiça ao pleito de um povo inteiro, reconhecido por mais de 140 países, pelo seu direito à autodeterminação. Além disso, essa decisão terá um efeito positivo no apoio aos esforços por paz e estabilidade na região. Isso só acontecerá quando a existência de um Estado Palestino independente for garantida”, postou Lula no X (antigo Twitter) na quinta-feira (23).
Em resposta, Israel convocou seus embaixadores na Irlanda e na Noruega para consultas urgentes e para retornarem a Tel Aviv. O país ameaçou fazer o mesmo na Espanha, embora não haja embaixadores israelenses no território espanhol.
O Estado da Palestina é reconhecido por 144 dos 193 membros da ONU. No entanto, nenhum dos países do G7 (Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos) reconhece o território. Ainda assim, a ação da Espanha, Irlanda e Noruega visa incentivar que outros países também reconheçam a soberania do povo palestino.
A Assembleia Geral da ONU pediu o reconhecimento da Palestina como Estado soberano no início de maio e defendeu a admissão do país nas Nações Unidas. No entanto, a proposta foi rejeitada pelo Conselho de Segurança da ONU devido ao veto dos Estados Unidos, onde basta que um dos países membros vote contra uma proposta para que ela seja arquivada. Atualmente, China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos compõem o conselho.