A indústria automobilística brasileira enfrenta um desafio crescente com a importação de peças e componentes. Cerca de 1.200 contêineres estão retidos nos portos, aguardando a liberação do Ibama e do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que são responsáveis pela inspeção sanitária dos contêineres.
A razão para a retenção desses contêineres é a greve lenta realizada por esses órgãos, que começou em janeiro e busca melhorias nas carreiras dos funcionários. Isso resultou em uma liberação mais lenta não apenas de peças e componentes, mas também de carros a combustão e híbridos, que precisam de uma licença de importação emitida pelo Ibama.
De acordo com informações da revista Quatro Rodas, a Anfavea afirma que esse atraso foi inesperado e se soma aos problemas causados pelas inundações no Rio Grande do Sul. Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, expressou sua preocupação, dizendo: “Já estamos lidando com vários problemas locais, como a crise no Rio Grande do Sul, e agora esses componentes retidos estão prejudicando nossa produção”.
O Rio Grande do Sul fornece peças e outros componentes para algumas fábricas de automóveis, incluindo as plantas da Volkswagen em São Bernardo do Campo, São Carlos e Taubaté. A falta de insumos levou a montadora a anunciar férias coletivas para as três plantas na última segunda-feira (20).
A Anfavea estima que cerca de 18% dos contêineres retidos contêm materiais para a produção de máquinas agrícolas, enquanto os outros 82% contêm peças e componentes para a produção de veículos. Além disso, a entidade calcula que 17,3 mil carros estejam aguardando nos portos. Em março, esse número chegou a 47 mil.