Nesta sexta-feira (24), o nível do Guaíba, em Porto Alegre, alcançou a marca de 4,27 metros. Essa medição foi realizada pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema). O aumento repentino, conhecido como “repique”, é resultado das chuvas que têm afetado a capital e grande parte do estado desde a quinta-feira (23), gerando preocupação na população.
A prefeitura da capital tomou medidas para conter o avanço do lago, como a colocação de sacos de areia no mesmo local onde, uma semana antes, uma comporta havia sido aberta para escoar a água acumulada nas ruas.
Porto Alegre registrou mais de 100 milímetros de chuva em apenas 24 horas. O mês de maio se tornou o mais chuvoso da cidade em mais de um século, de acordo com dados da Climatempo e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) desde 1916.
O transbordamento dos bueiros resultou em alagamentos em áreas que não haviam sido afetadas anteriormente. Esse cenário é explicado por diversos fatores, incluindo o volume de chuva, obstruções nas galerias de escoamento e limitações nas casas de bombas.
A situação deixa a população em alerta, especialmente diante do risco de alagamentos. Na quinta-feira, estudantes de uma escola precisaram ser resgatados após a inundação na Zona Sul da cidade.
No Centro Histórico, pessoas estavam revirando o lixo deixado nas ruas. Nesta sexta-feira, os moradores ainda enfrentavam as consequências das inundações e realizavam a limpeza das áreas afetadas na Zona Sul.
A Defesa Civil de Porto Alegre emitiu um alerta para 26 pontos com alto risco de deslizamentos, processos erosivos e rolamento de blocos em áreas suscetíveis. Esse alerta permanecerá válido até a segunda-feira (27). No Vale do Taquari, o risco de deslizamento de terra levou à retirada de 300 moradores de suas casas em Cruzeiro do Sul, uma das cidades afetadas pelas tempestades no final de abril.
Além disso, o governador Eduardo Leite (PSDB) sancionou a lei que cria o Plano Rio Grande e o Fundo do Plano Rio Grande. O evento contou com a presença de Paulo Pimenta (PT), ministro-chefe da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do RS.
O estado já registra 163 vítimas em decorrência do desastre. Há 65 pessoas desaparecidas. As chuvas e enchentes também deixaram 806 feridos e 645 mil pessoas desabrigadas. Infelizmente, quatro pessoas perderam a vida devido à leptospirose após contato com a água suja e contaminada das enchentes.