Segundo informações divulgadas pelo Metrópoles, maior organização criminosa do país, o PCC amarga, em São Paulo, um prejuízo cuja estimativa chega a uma cifra bilionária. Nos últimos 15 meses, as forças policiais apreenderam R$ 1,2 bilhão em drogas no estado que é o berço da facção. No total, 301,6 toneladas de entorpecentes foram tiradas de circulação.
Segundo dados inéditos da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, chefiada por Derrite, 2023 marcou um recorde na apreensão de cocaína, o mais rentável produto comercializado pelo PCC. No ano passado, foram capturadas 39,6 toneladas da droga, a maior quantidade desde o início da série histórica, em 2001. Dezessete grandes pontos de armazenamento de entorpecentes foram estourados, sobretudo nas proximidades do Porto de Santos, usado para exportar o pó para Europa, Ásia, África e Oriente Médio.
A queda na arrecadação do PCC agrava o racha já existente na facção. Isso porque alguns dos atuais chefes passaram a ter a liderança contestada por figuras que querem ascender na estrutura da organização criminosa.
Embora a contabilidade do PCC tenha sido impactada, isso não quer dizer que a facção esteja com problemas de caixa. As autoridades ainda não conseguiram mensurar qual seria o montante em poder da organização criminosa. “Não sabemos se quebramos a perna deles ou se fizemos apenas cosquinha. Mas sabemos que estão incomodados”, resume um integrante do setor de inteligência da polícia paulista. As operações são feitas pelas polícias Militar, Civil e Federal, com apoio do Ministério Público.
A exportação de cocaína é a atividade mais rentável para o PCC. A droga é proveniente da Colômbia [a mais cara] ou da Bolívia e passa por rodovias e hidrovias até chegar a portos e aeroportos, com a finalidade de ser enviada a outros continentes. Quando a facção consegue fazer a droga chegar a países da Europa ou do Oriente Médio, vê seu lucro multiplicar em até quinze vezes.
O mapeamento indica que a droga entra no Brasil, na maioria das vezes, via Acre ou Rondônia. O destino prioritário é São Paulo por conta da infraestrutura das rodovias do estado e por possuir meios para escoar a droga ao exterior.
“A política que fazemos é baseada no que chamamos de proteção da cadeia logística paulista”, explica João Henrique Martins, coordenador do Centro Integrado de Comando e Controles (CICC) da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. “Ou seja, identificamos os produtos ilícitos, como drogas e armas, antes de chegarem ao Porto de Santos e nos Aeroportos Internacionais de São Paulo. Para isso, cruzamos dados e estudamos os padrões que essas organizações criminosas costumam seguir”.
Com informações do Metrópoles