Foto: Reprodução/Ricardo Stuckert
A área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não precisa devolver o relógio de luxo avaliado em R$ 60 mil, presente que recebeu em 2005 da empresa Cartier. O relógio, um Cartier Santos Dumont, é feito de ouro branco 18 quilates, prata 750 e possui uma coroa com uma pedra safira azul, sendo um dos modelos mais clássicos da marca francesa¹².
Em 2016, o TCU já havia determinado que Lula devolvesse a maior parte dos presentes recebidos durante seu mandato, mas alguns itens de luxo permaneceram em seu acervo pessoal, incluindo o relógio Cartier. Na época, a Presidência da República considerou o relógio como um item personalíssimo, e essa declaração não foi contestada pelo Tribunal de Contas¹.
O parecer do TCU, elaborado pela Unidade de Auditoria Especializada em Governança e Inovação (AudGovernança), notificou o gabinete pessoal da Presidência da República sobre a incorporação de itens de elevado valor comercial ao acervo privado dos presidentes. O relógio Cartier foi entregue a Lula pela própria fabricante durante as comemorações do “Ano do Brasil na França” em Paris. Curiosamente, Lula afirmou em uma live que o relógio foi presente do então presidente da França, Jacques Chirac, e revelou que o relógio ficou perdido por 25 anos antes de ser encontrado em sua gaveta.
O entendimento do TCU de que presentes luxuosos devem ser devolvidos à União foi estabelecido em 2023, e o tribunal determinou a devolução de relógios recebidos por ministros do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Além do relógio Cartier, o acervo pessoal de Lula inclui um relógio suíço com a imagem de Muammar Gaddafi, entregue em janeiro de 2003 pelo então ministro das Relações Exteriores da Líbia, Abdelrahman Shalqam. Lula também possui um colar de ouro branco entregue em abril de 2004 pela Citic Group Corporation, da China. No entanto, o TCU não analisou esses itens específicos.