Imagem: Sony
A Sony exibiu recentemente do que o seu novo robô cirúrgico é capaz. A máquina é a primeira capaz de realizar trabalhos superprecisos, como suturar um pequeno corte em um grão de milho, por exemplo. Os primeiros testes em cirurgia animal também foram um sucesso, diz a empresa.
Como é o novo robô cirúrgico da Sony
- Ele foi projetado para auxiliar no campo da supermicrocirurgia, um ramo em que cirurgiões operam em vasos sanguíneos e nervos extremamente pequenos, com diâmetros inferiores a 1 mm.
- Como você pode imaginar, esse tipo de procedimento exige mãos incrivelmente firmes. Os especialistas nessa área costumam fazer o trabalho olhando por um microscópio.
- É uma área ideal para assistência robótica, e já existem vários robôs cirúrgicos em uso clínico.
- Vale mencionar que não se trata de cirurgiões robôs autônomos. São ferramentas de teleoperação que permitem ampliar a visão dos médicos e diminuir os movimentos das mãos.
Ainda em fase de protótipo, o robô foi apresentado como um “dispositivo de cirurgia remota de baixa latência” no qual o cirurgião usa um par de controladores semelhantes a canetas sensíveis ao aperto e observa os efeitos por um pequeno sistema de câmera 3D com imagem em 4K. A visão em tempo real aparece em um par de telas OLED em uma espécie de óculos de realidade virtual montado na mesa, onde o cirurgião repousa o rosto.
A capacidade de aumentar e diminuir a amplitude de um movimento permite que os cirurgiões façam desde trabalhos de alta precisão até realizar movimentos maiores, como puxar fios de sutura. O robô também consegue alternar automaticamente entre diferentes instrumentos cirúrgicos em questão de segundos, “prometendo interrupção mínima do trabalho”, acrescenta a Sony.
O que dizem os médicos que já usaram o robô
Em um dos vídeos de divulgação, a Dra. Hisako Hara diz que operar com o novo robô traz “a mesma sensação de manusear pinças e tesouras em uma cirurgia normal”.
“Este robô se move como eu quero. Parece uma assimilação entre mim e o robô, com ele se movendo como as pontas dos meus dedos”, acrescentou o Dr. Makoto Mihara.
O protótipo foi testado este ano na Achi Medical University (AMU), no Japão. Médicos e uma equipe médica não especializada em microcirurgia conseguiram realizar uma anastomose: criaram uma conexão cirúrgica entre vasos sanguíneos de animais com cerca de 0,6 mm de diâmetro. “São necessários meses ou anos de treinamento extensivo para dominar essa técnica”, diz o professor Munekazu Naito da AMU.
A Sony afirma que continuará o trabalho de pesquisa e desenvolvimento para melhorar a máquina e espera continuar contribuindo para o avanço da medicina.