A região amazônica, com suas peculiaridades surpreendentes, abriga um tesouro escondido: o Sistema Aquífero Grande Amazônia (SAGA). Descoberto em 2013, esse oceano subterrâneo é uma vasta reserva de água doce, com um volume impressionante de 162 mil km³. Mas o que torna o SAGA ainda mais extraordinário é sua capacidade de abastecer a região amazônica por 250 anos.
Segundo o Portal Amazônia, o geólogo Francisco de Assis Matos de Abreu, da Universidade Federal do Pará, foi um dos responsáveis por desvendar esse mistério. Anteriormente conhecido como o aquífero Alter do Chão, o SAGA agora assume seu lugar como o maior aquífero do Brasil e do mundo, superando até mesmo o famoso Aquífero Guarani. Localizado no subsolo amazônico, entre as cidades de Manaus, Santarém e Parintins, o SAGA se estende a profundidades de 120 a 170 metros.
Mas como funciona esse gigante subterrâneo? Imagine camadas geológicas como uma esponja, com grãos minerais e espaços vazios. É nesses espaços que a água é armazenada e aprisionada, preenchendo essa “esponja” natural. Essa reserva hídrica representa 84% de toda a água do ciclo hidrológico da Amazônia, enquanto rios e lagos compõem apenas 8%. Os outros 8% estão na atmosfera.
O SAGA não apenas sustenta os rios da região, mas também desempenha um papel crucial na formação dos chamados “rios voadores”. Essas correntes de umidade transportam cerca de 8 quatrilhões de litros de água por ano para o centro-sul do Brasil.
Além disso, o oceano subterrâneo pode ser uma fonte vital para a agricultura e a economia. Seu volume generoso e a eficiência na recarga tornam possível seu uso intensivo. Assim, o SAGA permanece como um tesouro escondido, essencial para a vida na Amazônia e além.