O debate entre os candidatos à Presidência da República realizado neste sábado, 24, pelo Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) em parceria com Estadão/Rádio Eldorado, CNN Brasil, Veja, Terra e Novabrasil FM mostrou que a ausência do candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, não fez falta.
Ciro Gomes, candidato do PDT, Felipe D’Ávila (Novo), Soraya Thronicke (União Brasil), Simone Tebet (MDB) e o presidente da República e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), além do Padre Kelmon (PTB), que substituiu Roberto Jefferson na disputa, estiveram no encontro. Lula, por sua vez, esteve em um comício em São Paulo no mesmo horário em que o debate estava sendo realizado.
Seu púlpito no debate ficou vazio. O mediador do encontro, o jornalista Carlos Nascimento, relembrou durante vários momentos que o candidato petista foi convidado, mas não compareceu ao encontro.
A ausência do candidato petista foi fortemente criticada pelos adversários, que uniram forças em discursos de ataques ao petista. Jair Bolsonaro lembrou que foi “massacrado” em 2018 por ter faltado ao encontro. No último debate de 2018, Bolsonaro estava internado após levar uma facada.
“Quando eu não compareci em 2018, eu estava hospitalizado, o PT me massacrou. Agora pelo o que eu sei, o Lula que segundo DataFolha está na casa dos 40%, não consegue ir às ruas e foge do debate. Posso entender que eles não tem propostas e não consegue se defender de oito anos dele mais seis de Dilma onde o Brasil foi mergulhado no maior escândalo de corrupção da humanidade. Então, é lamentável”, afirmou Bolsonaro.
Soraya Thronicke comparou a ausência de Lula a de um candidato em busca de emprego, que não comparece à entrevista.
“Você contrataria um candidato que não veio para a entrevista de emprego”, questionou a candidata aos eleitores durante o encontro.
Penúltimo debate realizado entre os candidatos à Presidência da República, o debate do SBT foi o único realizado em um sábado. Ainda assim, a audiência do encontro ficou muito abaixo da média registrada no mesmo horário em outras emissoras de televisão aberta. O debate deste sábado registrou média de 2,8 pontos de audiência, bem abaixo do registrado no debate na Band com os candidatos à Presidência da República , que teve média de 13,3 pontos de audiência.
Conforme noticiou Oeste, Lula foi o único que decidiu não participar do debate. O petista havia dito que, em virtude da demora na confirmação do evento, decidiu marcar comícios em São Paulo e no Rio de Janeiro. O SBT, por sua vez, emitiu uma nota para rebater essa ideia.
“Diferentemente do que foi declarado pelo candidato, a formação do pool deu-se antes mesmo da sugestão feita por sua campanha, com a parceria firmada originalmente entre SBT, Veja, Novabrasil e Estadão/Eldorado, ainda em março deste ano”, informou.
Perseguição na Nicarágua no debate
Jair Bolsonaro (PL) e o candidato do PTB à Presidência da República, Padre Kelmon, fizeram uma dobradinha neste sábado, 24, durante o debate com os candidatos à Presidência, contra a situação instituída na Nicarágua. O país vive uma ditadura sob o comando de Daniel Ortega, que é aliado de Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT.
O tema entrou no debate em pergunta feita por Bolsonaro diretamente ao padre, que substituiu Roberto Jefferson na disputa eleitoral. Bolsonaro aproveitou o debate para reforçar a posição que defendeu na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), na última semana.
Ativismo do Supremo foi alvo dos candidatos
“Está na hora de enquadrar o Supremo Tribunal Federal”, disse Felipe d’Avila, candidato à Presidência pelo Novo, durante debate presidencial realizado neste sábado, 24, no SBT. “O Supremo foi responsável por soltar Lula da Silva e deixar que um criminoso possa ser candidato à Presidência da República.”
Segundo d’Avila, o petista é “um criminoso que desrespeita o povo brasileiro”. “Não só pelos crimes de corrupção que cometeu, mas por não comparecer ao debate e defender suas ideias”, ressaltou. “Chega de Lula. Chega desse Barrabás, que vem assaltando a nação brasileira.”
O candidato do Novo disse também que o Poder Judiciário “precisa voltar a cumprir” seus deveres constitucionais. “Chegou a hora de enfrentar o corporativismo no Brasil”, salientou, ao lembrar que o Judiciário brasileiro é um dos mais caros do mundo. “O Brasil precisa ter um Judiciário que volte a cumprir seu papel de Corte constitucional, que não viole as liberdades individuais dos brasileiros. A segurança do Estado não pode estar acima da segurança do indivíduo.”
Créditos: Revista Oeste.