Foto: PAULO VITOR/AGENCIA ESTADO/AE
Investidores minoritários da petroleira dizem que governo descumpriu formalidades que cabem às empresas de capital aberto nas trocas de comando
Investidores minoritários da Petrobras expressaram preocupação com o descumprimento das formalidades adequadas às empresas de capital aberto durante a troca de comando anunciada na noite de terça-feira, 14. Fabio Coelho, presidente da Associação de Investidores do Mercado de Capitais (Amec), destacou a deterioração da governança corporativa e a falta de independência do conselho de administração.
Segundo Coelho, embora o acionista controlador tenha o direito de trocar o comando da empresa, há procedimentos a serem seguidos, incluindo o envolvimento do conselho de administração. Ele ressaltou a importância de uma comunicação clara sobre os motivos para a substituição dos presidentes executivos, a fim de evitar percepções negativas de risco e interrupções nos planos de investimento.
O processo de sucessão na Petrobras, observou Coelho, diferiu do padrão das empresas privadas, onde a transição é comunicada publicamente com antecedência e acompanhada pelo conselho, muitas vezes com a ajuda de empresas de busca de executivos. A falta de comunicação e planejamento adequados pode afetar adversamente o preço das ações, como evidenciado pela queda de mais de R$ 35 bilhões no valor de mercado da Petrobras na manhã seguinte ao anúncio.
A Amec, que representa cerca de 60 investidores institucionais, locais e estrangeiros, com mandatos de investimento totalizando aproximadamente R$ 900 bilhões no mercado brasileiro de ações, está atenta a essas questões de governança corporativa e monitora de perto os desdobramentos na Petrobras.